A CULTURA HIP HOP Quando falamos em rap, é muito difícil dissociá-lo do contexto em que ele surgiu e do Hip-hop, um movimento cultural que teve início no final da década de 1960, no Bronx, periferia de Nova York. A região do Bronx, era em sua maioria habitada por negros, hispano-americanos e jamaicanos e não possuía espaço de lazer e cultura. Em razão disso, os jovens que lá viviam passavam a maior parte do tempo no único espaço em que podiam exercer atividades culturais: as ruas,. Foi dentro desse con- texto social que começaram a surgir então as primeiras block parties, festas realizadas em blocos de apartamentos abandonados na região do Bronx, onde a população se reunia com o objetivo de construir coletivamente uma identidade cultural e ganhar espaço na sociedade e na política por meio da música, da dança, do discurso e das artes visuais, quatro dos elementos que compõe a cultura do hip-hop.. Jovens de classe operária das grandes cidades que eram adeptos do Hip-Hop passaram a se vestir inspirados no uniforme de jogadores de basquete, usando calças, camisetas e bermudas largas, bonés e tênis de cano alto. No Brasil, a cultura hip-hop chegou no início da década de 1980 com o rap, por intermédio das equipes dos bailes blacks, das revistas e dos discos vendidos na rua 25 de Março, no centro da cidade de São Paulo. POUGY, Eliana: VILELA, André. Todas as artes. São Paulo: Ática, 2006. p.306
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Cultura hip-hop
Quando falamos de rap, é muito difícil dissociá-lo do contexto em que ele surgiu e do Hip-Hop, um movimento cultural que teve início no final da década de 1960, no Bronx, periferia da cidade de Nova York. Nessa época, os Estados Unidos viviam conflitos raciais intensos que englobavam desde o movimento pacífico pelos direitos civis da população negra proposto por Martin Luther King, até ações revolucionárias armadas lideradas pelo Partido dos Panteras Negras, fatos que proporcionaram a união dessa população contra as diversas formas de preconceito e injustiças.
LEGENDA: O Partido dos Panteras Negras foi formado no final da década de 1960 e lutava pela conscientização da população negra norte-americana, pela valorização da cultura desse povo, por direitos e justiça iguais aos da população branca, etc., e acreditavam que isso só seria possível por meio da luta armada e da violência. Por seu caráter subversivo, esse grupo sofreu perseguições da polícia e perdeu muitos de seus membros, tornando-se um partido focado nos serviços sociais prestados às comunidades negras dos Estados Unidos. Na foto, membros e simpatizantes dos Panteras Negras durante protesto contra a prisão de alguns de seus integrantes, na cidade de Nova York, Estados Unidos, 1969.
FONTE: David Fenton/Getty Images
A região do Bronx era em sua maioria habitada por negros, hispano-americanos e jamaicanos e não possuía espaços de lazer e cultura. Em razão disso, os jovens que lá viviam passavam a maior parte do tempo no único espaço em que podiam exercer atividades culturais: as ruas. Foi dentro desse contexto social que começaram a surgir então as primeiras block parties, festas realizadas em blocos de apartamentos abandonados na região do Bronx, onde a população se reunia com o objetivo de construir coletivamente uma identidade cultural e ganhar espaço na sociedade e na política por meio da música, da dança, do discurso e das artes visuais, quatro dos elementos que compõem a cultura hip-hop. Em sua opinião, por que havia a necessidade de criar uma identidade cultural?
LEGENDA: Integrantes dos Panteras Negras em discurso na cidade de Boston, Estados Unidos, em 1970.
FONTE: Spencer Grant/Getty Images
Atenção professor: Continue a reflexão acerca da arte produzida nas periferias das cidades agora, associando à necessidade de participação social e de reconhecimento de um grupo. Deixe que os alunos falem sobre suas impressões, mas procure promover uma conversa que aborde o contexto histórico de discriminação racial que ocorre nos Estados Unidos e aproveite para relacionar com o que vivemos no Brasil. Fim da observação.
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Atenção professor: Para o debate proposto, você pode dividir a turma em dois grandes grupos: um contra e outro a favor da chegada do rap ao mercado e à grande mídia. O importante é que os argumentos sejam coerentes e que um grupo consiga dialogar com o outro sem ofender ou causar confronto. Faça a mediação do debate, incentivando os alunos a refletir sobre os efeitos da mídia, que pode dar respaldo e reconhecimento ao Hip-Hop, mas ao mesmo tempo pode distorcer alguns dos fundamentos desse movimento. Fim da observação.
O rap, combinado com a crescente importância dos MCs, o break, com o aumento do número de B-boys e B-girls, e o grafite, que vamos conhecer mais adiante neste capítulo, ganharam popularidade, tornando esse movimento cultural um estilo de vida na opinião de muitas pessoas. Jovens da classe operária das grandes cidades que eram adeptos do Hip-Hop passaram a se vestir inspirados no uniforme de jogadores de basquete, usando calças, camisetas e bermudas largas, bonés e tênis de cano alto. Além disso, postavam-se de modo característico, utilizando movimentos corporais do break, como os braços cruzados, as mãos em frente ao corpo, o corpo curvado, etc. A linguagem utilizada também é uma maneira de ressignificar e valorizar a cultura da periferia, por isso, é comum o uso de jargões e gírias dentro desse movimento.
No Brasil, a cultura hip-hop chegou no início da década de 1980 com o rap, por intermédio das equipes dos bailes blacks, das revistas e dos discos vendidos na rua 24 de Maio, no centro da cidade de São Paulo. Os pioneiros do movimento foram o B-boy Nelson Triunfo, MC Pepeu e o Comando DMN. Esses artistas abriram caminho para nomes como Thaíde & DJ Hum, MC DJ Jack, Os Metralhas, Os Jabaquara Breakers, Racionais MC's e muitos outros lançarem suas carreiras.
Rapidamente, a cultura hip-hop chegou a diversas capitais brasileiras, como Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, entre outras. Você provavelmente conhece muitos artistas que estão ligados ao Hip -Hop e ao rap, não é mesmo? Atualmente, há diversos artistas envol vidos nesse movimento, como Criolo, Emicida, Marcelo D2, Lívia Cruz, Negra Li, Karol Conka, entre outros, que