Refletindo sobre a tendência de fazer da literatura infantojuvenil um veículo de formação moral, perde-se a riqueza das coisas e dos fatos, porque a ênfase é no discurso do autor. Ou seja, em vez de vida real, aparece, amiúde, a caricatura, em que se exageram os bons e maus caracteres, com tipos extremados, nos dois sentidos – de modo que se recompensa excessivamente o bem e se castiga da mesma forma o mal. Deixando-se de considerar a parcialidade e relatividade próprias da vida. Além disso, pode-se afirmar que:
I. Antigamente as obras voltadas para as crianças raramente tinham o ensejo de tornar a leitura uma fonte de prazer, retratando a aventura pela aventura. É certo que quase não havia histórias que discorressem sobre a vida de forma lúdica, ou que fizessem pequenas viagens em torno do cotidiano, ou a afirmação da amizade centrada no companheirismo e que despertassem emoções e sentimentos, enquanto forma de lazer e diversão.
II. A literatura infantil não deve ser uma simples exposição pedagógica; “ela tem que ter uma certa magia, ser instigante, mexer com regiões do inconsciente, agregar alguma perplexidade ao leitor.” (SANT’ANNA, 2006, p. 187).
III. O objetivo da literatura infantil também pode ser uma abordagem utilitária. Um pretexto para o ensinamento de preceitos pedagógicos ou morais, quando necessário, acaba por ser um excelente recurso na transmissão de valores o que é muito positivo para formação da criança como futuro leitor.
IV. Um exemplo da polarização entre o bem e o mal se concentrou, durante anos, na personagem da bruxa. Pode-se observar que ela correspondia a um procedimento padrão de maldade e nunca mudava suas ações ou reações, sendo sempre má. Fazia parte desse universo, entre outras, a questão do medo.
V. A partir dos anos 40 do século XX, muitos escritores da literatura infantojuvenil passaram a mostrar a relatividade das coisas e a ambiguidade das pessoas por meio de personagens que não podem ser rotuladas como boas ou más; elas, então, passam a “estar” boas ou más diante das diferenciadas situações.
Estão corretas as afirmações:
A - I, II, IV.
B - I, III, IV.
C - I,II e III.
D - II, III, IV.
E - II, IV, V.
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