Eva rebelou-se. Decidiu que não seria coitada. Que o mundo se virasse com isso. Que o mundo achasse outras vítimas para preencher seu horror. Este foi o crime de Eva. Pelo qual jamais a perdoaram. Como não puderam lhe imprimir na testa o rótulo de coitada, a marcaram com outro. Como ela, a deformada, como ela, a deficiente, como ela, a defeituosa, ousava renegar a mão da caridade, irmã de pena, prima da hipocrisia? Como ousava ela, a anormal, encarar de igual pra igual os normais? Parecia até que a exibição do corpo torto de Eva revelaria a alma torta do outro. Parecia até que a falha exposta de Eva revelava a falha oculta do outro. Como ousava Eva, justo Eva, ser imperfeita em um mundo onde se paga fortunas para que todos sejam igualmente perfeitos?
BRUM, Eliane. A vida que ninguém vê. Porto Alegre: Arquipélago Editorial, 2012.
O fragmento acima foi retirado de uma crônica jornalística. Analisando os recursos linguísticos e expressivos do texto, percebe-se que
A)a narrativa jornalística preza pelo uso de figuras de linguagem.
B)a crônica jornalística pouco se associa ao texto literário.
C)a linguagem conotativa concede ao texto jornalístico o status de obra literária.
D)a literatura pode emprestar ferramentas narrativas ao jornalismo.
E)a utilização de recursos literários no texto jornalístico garante a sensibilização da narrativa.
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letra (E)
Explicação:
porque eu acho que e isso
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