prfvvv alguém pode me ajudar? é urgente
escreva original de 30 linhas sobre como os processos do seculo XIII modificaram e contribuiram para a formacao de nossa sociedade atual
Respostas
Resposta:
O nome Idade Média, usado para referir-se a esse período entre 476 e 1453, foi uma invenção dos renascentistas. Uma das primeiras menções a essa época como “tempo médio”, segundo o historiador Hilário Franco Júnior, remonta ao bispo italiano Giovanni Andrea. Essa ideia popularizou-se no século XVI, durante o renascimento.
Do século V ao século X, o feudalismo estava em processo de estruturação, uma vez que as relações políticas características da vassalagem estavam em formação, o poder da Igreja Católica estabelecia-se aos poucos, e a ruralização e feudalização da Europa desenvolviam-se.
Do século XI ao século XIII, o feudalismo estava no seu auge, sobretudo nas regiões que hoje correspondem à Alemanha, à França, e ao norte da Itália e da Inglaterra. A partir do século XIV, o sistema feudal entra em decadência, uma vez que a Europa urbanizava-se e o comércio ganhava importância.
No aspecto econômico, podemos dizer que o feudalismo era um sistema baseado na produção agrícola e na exploração servil dos camponeses. Com o fim do Império Romano, a Europa Ocidental ruralizou-se e as pessoas empobrecidas passaram a estabelecer-se nas cercanias de grandes propriedades rurais, à procura de comida e proteção. Dessa situação criou-se a relação de dependência entre o senhor feudal e o camponês.
O senhor feudal, dono das terras, permitia que o camponês ficasse nelas, desde que este cultivasse-as e entregasse parte do que tinha sido produzido àquele. O camponês era sujeito a uma série de tributos a serem pagos aos senhores feudais, tais como a corveia, a talha e a banalidade. O senhor feudal, por sua vez, tinha como obrigação proteger aqueles instalados em sua propriedade.
No âmbito religioso, a Igreja Católica era dona de grande influência, uma vez que seu poder chegava a atingir decisões do poder secular. A Igreja também elaborava a construção ideológica que justificava as desigualdades do mundo feudal. Na visão estipulada por ela, e abraçada pela nobreza, os servos cumpriam seu papel por uma designação divina.
A crise do feudalismo no século XIV é normalmente associada ao desastre da proliferação da peste bubônica, nos fazendo esquecer de como essa pandemia estava inserida no próprio colapso das relações feudais. Como apresentado pelo historiador Maurice Dobb, depois do enorme crescimento do feudalismo no século XIII, a manutenção das relações feudais passava a ser insustentável, dada a exploração crescente dos servos para a manutenção dos luxos da nobreza e das guerras constantes entre os reinados. Ao longo do século XIV, as grandes revoltas camponesas vão ganhar ímpeto (como em Flandres em 1310, na França em 1350 com a chamada Jacquerie, e na Inglaterra em 1381), todas acompanhadas do crescimento descontrolado das cidades medievais.
As pandemias são frequentemente apresentadas como casualidades, como movimentos aleatórios que surgem da interação humana em sociedade e com a natureza. Isso no melhor dos casos, quando não são compreendidas como castigo divino ou como provação para o paraíso. Contudo, quando olhamos historicamente, nos damos conta de que as grandes pandemias se inserem em quadros de crise sistêmica que envolvem a insustentabilidade da própria reprodução social na sua forma vigente. A peste na grande crise do feudalismo no século XIV e a gripe espanhola no final da Primeira Guerra Mundial são grandes exemplos dessa crise sistêmica. A dimensão da gravidade do Covid-19 ainda está em aberto, mas o quadro de crise da forma atual da sociedade capitalista pode ser considerado como certo. Sociedades só colapsam com epidemias, como o Covid-19, quando já estão muito doentes.