A CADEIRA DO DENTISTA
Fazia dois anos que não me sentava numa
cadeira de dentista. Não que meus dentes estivessem
por todo esse tempo sem reclamar um tratamento.
Cheguei a marcar várias consultas, mas começava a
suar frio folheando velhas revistas na antessala e me
escafedia antes de ser atendido. Na única ocasião em
que botei o pé no gabinete do odontólogo — tem uns
seis meses —, quando ele me informou o preço do
serviço, a dor transferiu-se do dente para o bolso.
— Não quero uma dentadura em ouro com
incrustações em rubis e esmeraldas — esclareci —, só
preciso tratar o canal.
— É esse o preço de um tratamento de canal!
— Tem certeza? O senhor não estará
confundindo o meu canal com o do Panamá?
Adiei o tratamento. Tenho pavor de dentista. O
mundo avançou nos últimos 30 anos, mas a
Odontologia permanece uma atividade medieval. Para
mim não faz diferença um “pau de arara” ou uma
cadeira de dentista: é tudo instrumento de tortura.
Dessa vez, porém, não tive como escapar. Os
dentes do lado esquerdo já tinham se transformado
em meros figurantes dentro da boca. Ao estourar o
pré-molar do lado direito, fiquei restrito à linha de
frente para mastigar maminhas e picanhas.
Experiência que poderia ter dado certo, caso tivesse
algum jeito para aquilo. (...)
1) No trecho "...corremos os dois para alcança-la" o termo destacado está substituindo qual palavra?
sirleialeiawendtbuge:
No meu está de ferente
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qual o termo destacado?
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