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Tanto na academia quanto no debate público, o pensamento multiculturalista costuma ser acusado de congelar as afinidades dos grupos culturais minoritários, ossificar vínculos sociais e essencializar as minorias. Contudo, tal acusação cos- tuma ser direcionada ao multiculturalismo, como se tal termo denotasse uma corrente teórica homogênea. O objetivo deste texto é discutir a validade de tais críticas, tomando como foco as teorias de três expoentes dessa corrente: o filósofo canadense Will Kymlicka, a cientista política estadunidense Iris Marion Young e o filósofo anglo-paquistanês Bhikhu Parekh. Embora esses autores de fato essenciali- zem determinados vínculos culturais em alguns momentos de suas obras, cada um deles o faz por razões distintas. Ademais, é preciso destacar que suas teorias são em geral motivadas por compromissos antiessencialistas. A partir de uma tipologia sobre as diferentes modalidades de essencialismo, proposta por Anne Phillips, identifica-se os momentos essencialistas e antiessencialistas de cada um dos três autores. Ao termo, argumenta-se que o debate sobre o tema dificilmente avançará enquanto os críticos antiessencialistas do multiculturalismo não atentarem para os diferentes tipos de essencialização presentes nessas teorizações.
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