Leia o texto abaixo. De onde mesmo? Dois anos atrás escrevi uma crônica em que eu comentava sobre minha dificuldade em acertar o nome das pessoas. Troco o nome das filhas, das amigas e até o nome das coisas. [. ] Mas hoje venho falar de uma outra dificuldade que me causa um constrangimento infinitamente maior: além de trocar nomes, sou péssima fisionomista. Basta tirar alguém do contexto em que a conheci para custar a reconhecê-la. [. ] [. ] Na ginástica, por exemplo. Malho numa academia enorme. Às vezes alguém vem conversar comigo e – ai de mim – não faço ideia de quem seja a pessoa. Uma fotógrafa com quem já fiz um trabalho, uma dona de galeria de arte, um conhecido do meu irmão, uma ex-vizinha: [. ] de onde mesmo conheço essas criaturas??? Só as identifico no seu habitat de origem [. ]. A recepcionista do meu médico: há 20 anos que eu a vejo com o mesmo avental, sentada atrás da mesma mesa. Outro dia cruzei com ela no shopping, retribuí seu cumprimento com um belo sorriso e depois quase caí de cama tentando lembrar. [. ] Se encontrar o porteiro do meu prédio circulando por uma feira de artesanato, a ficha não vai cair. [. ] Um primo em terceiro grau que só vejo em casamentos [. ], ou seja, quase nunca: passei por ele no supermercado outro dia e percebi que sua fisionomia não me era estranha, mas o nome e o grau de parentesco não me ocorreram na hora. Ele, gentilmente, reavivou minha memória, enquanto eu desejava sumir de vergonha. E beira de praia? Todo mundo de óculos escuros e boné, podendo ser tanto a Madonna quanto uma ex-colega de faculdade. Claro que isso não acontece a todo instante e tampouco com pessoas do meu convívio diário, apenas com quem me relaciono pouco. Mas é um vexame, principalmente para quem, como eu, preza a boa educação. Portanto, isto não é uma crônica, e sim um pedido público de desculpas. E uma tentativa de descobrir, mais uma vez, se é só comigo. MEDEIROS, Martha. Coisas da vida. Porto Alegre: L
Respostas
Entende-se desse texto que a narradora:
b) costuma esquecer dos rostos de pessoas conhecidas.
Interpretação de texto
A narradora, inicialmente, fala sobre sua dificuldade em guardar o nome das pessoas. Ela costuma trocar o nome das filhas, das amigas e até o nome das coisas.
Porém, sua intenção nesse texto é falar sobre uma outra dificuldade muito marcante dela: o problema em reconhecer os rostos de pessoas que ela conhece, conforme comprova a frase "sou péssima fisionomista".
Ela costuma não reconhecer as pessoas com as quais faz academia, pessoas com as quais trabalhou ou que costuma ver frequentemente, como a recepcionista do médico, o porteiro do prédio. Ela também não reconhece pessoas importantes, mas que não vê há muito tempo, como um primo distante.
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