a) Considerando que a língua não é um comportamento hereditário, explique por que os monolíngues de origem chinesa (crianças de 13 anos que perderam o contato com o chinês aos 12 meses de idade) apresentaram o mesmo resultado que os bilíngues francês-chinês (crianças de 13 anos expostas ao chinês desde o seu nascimento). b) Dentre as teorias de aquisição estudadas nesta Unidade de Aprendizagem, há alguma que não consiga explicar esses resultados? Se sim, por quê?
Respostas
Em relação ao comportamento linguístico tem:
A) O conhecimento da linguagem adquirido nas primeiras experiências linguísticas de um bebê é importante para o seu cérebro, mesmo que essas experiências não sejam continuadas por vários anos. Isso significa que a criança não perderá as habilidades linguísticas adquiridas no primeiro ano de vida, mesmo após uma longa pausa.
Assim, mesmo que a criança não consiga falar ou entender a linguagem de sua primeira experiência linguística, sua presença e influência está em seu cérebro como se estivesse de fato armazenada.
Portanto, a semelhança entre os resultados de um monolíngues de ascendência chinesa e bilíngues de ascendência chinesa e francesa pode ser atribuída à experiência linguística que estes tiveram no seu primeiro ano de vida.
B) A teoria que não explica esse resultado é a Behaviorista o qual relata sobre o estímulo>resposta>reforço. Assim, de acordo com os princípios dessa teoria, a privação deve atuar como reforço negativo e inibir as habilidades da língua chinesa, e não deveriam permanecer ativa mesmo após 12 anos de interrupção da linguagem.
Outro ponto não previsto nessa teoria está associada a semelhança de resultados em bilíngüe e monolíngue (grupos chineses), pois ambos dão o mesmo resultado no teste de idioma.
Variações linguísticas
As diferenças linguísticas são fenômenos que ocorrem com a linguagem e podem ser entendidos a partir de diferenças históricas e regionais. Mesmo no mesmo país com um idioma oficial, esse idioma pode sofrer várias alterações dependendo do falante.
Entenda mais sobre as variações linguísticas em:
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#SPJ1
Resposta:
a) Os resultados do estudo de Pierce, Klein, Chen, Delcenserie e Genese (2014) demonstram que o conhecimento linguístico adquirido nas primeiras experiências linguísticas do bebê são mantidas em nosso cérebro/mente mesmo que essas experiências não sejam continuadas por vários anos. Ou seja, a criança não perde os conhecimentos linguísticos adquiridos em seu primeiro ano de vida mesmo após uma longa interrupção. Ainda que a criança não seja capaz de expressar esses conhecimentos linguísticos de forma consciente, não seja capaz de falar ou compreender a língua de sua primeira experiência linguística, sua presença e influência se faz presente em seu cérebro/mente. Tendo isso em vista, é possível atribuir os resultados obtidos pelos monolíngues de origem chinesa e sua semelhança aos resultados obtidos pelos bilíngues chinês-francês à experiência linguística que ambos os grupos desfrutaram em seu primeiro ano de vida.
b) Considerando que o principal mecanismo de aquisição de linguagem apontado pela teoria behaviorista é o estímulo>resposta>reforço, e que o reforço linguístico se mostra ausente em casos como o de bebês internacionalmente adotados, não seria possível explicar via behaviorismo os resultados obtidos pelo estudo de Pierce, Klein, Chen, Delcenserie & Genese (2014). Segundo os preceitos dessa teoria, a privação deveria atuar como um reforço negativo, inibindo os conhecimentos linguísticos de chinês, que não deveriam se manter ativos mesmo após 12 anos de hiato linguístico. Outro ponto não previsto pela teoria behaviorista, seria a semelhança entre os resultados dos grupos bilíngue e monolíngue (origem chinesa), dado que bilíngues apresentariam 12 anos de reforço a mais que o grupo monolíngue (origem chinesa), não se esperaria que ambos tivessem o mesmo resultado no teste linguístico. Ou seja, essa semelhança nos resultados dos grupos demonstra que o reforço não apresenta papel essencial na aquisição da linguagem, contrariamente ao defendido pelo behaviorismo.
Explicação: