• Matéria: História
  • Autor: angelasilva69
  • Perguntado 9 anos atrás

Por que os sertanejo começaram a seguir antonio conselheiro?

Respostas

respondido por: yaya34
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Antônio teve uma infância marcada pelos maus-tratos da madrasta, pelos delírios alcoólicos do pai, pelo extermínio de parentes na luta de sua família (Maciel) contra os Araújo e pela influência mística, comum no meio sertanejo. Sr. Vicente, o pai de Antônio, orgulhava-se do filho que, embora estudando, vinha ajudá-lo no balcão do armazém. Já tendo aprendido a ler e escrever, Antônio entrou para o curso do professor Manuel Antônio Ferreira Nobre, onde aprendeu latim, português e francês. Gostava de ler o “Lunário Perpétuo”, “Carlos Magno” e outros livros com narrativas místicas que circulavam naquela região. Demonstrava grande entendimento religioso, freqüentava a igreja e era amigo do padre. Tinha especial carinho pelas crianças e idosos, conquistando a admiração do povo de Quixeramobim e arredores. Abalado com os prejuízos sofridos na área da construção civil, o pai de Antônio foi ficando cada vez mais desequilibrado e se entregou ao álcool. Antônio procurava consolá-lo através da leitura da Bíblia. Vicente morreu em 1855, deixando viúva, três filhas solteiras e Antônio, que se tornou chefe da família, já que sua madrasta também começava a apresentar sinais de loucura. Pressionado pelos antigos credores do pai, e sem grandes aptidões para os negócios do armazém de secos e molhados, Antônio, temendo o fracasso, procurava consolo na leitura da Bíblia. Depois que suas irmãs casaram-se, Antônio começou a pensar em constituir sua própria família. Foi quando conheceu, vinda de Sobral, acompanhada pela mãe, a bela e jovem Brasiliana Laurentina de Lima, sua prima de quinze anos de idade, por quem se apaixonou e casou logo depois da morte de sua madrasta, que não concordava com essa união. Em plena crise financeira, nasce o primeiro filho de Antônio. Ele resolve, então, liquidar o negócio do armazém, penhorando seus bens e iniciando em companhia da esposa, filho e sogra, suas andanças pelo interior da Província. Foi caixeiro em Sobral, escrivão em Campo Grande, onde nasceu seu segundo filho, foi solicitador (aquele que exercia a função de advogado sem ser diplomado) em Ipu, foi professor no Crato. Abandonado pela mulher, entregou-se definitivamente à vida errante de pregador fanático, percorrendo os sertões do Ceará, Pernambuco, Sergipe e Bahia, onde já era conhecido como milagreiro. Quando em 1874, apareceu na Bahia, já o seguiam os primeiros fiéis. Na Vila de Itapicuru-de-Cima foi preso por suspeita de homicídio e mandado de volta ao Ceará. Por falta de fundamento da acusação foi posto em liberdade e voltou à Bahia. Aderiu à campanha de reformas e renovação espiritual da Igreja. Passou de 1877 a 1887 andando pelos sertões, parando aqui e acolá, empenhando-se com seus beatos em construir e restaurar capelas, igrejas e cemitérios. O povo seguia todos os atos de Antônio Conselheiro, obedecia-lhe cegamente. Na época, porém, o bispo da Bahia dirigiu circular a todos os párocos, determinando-lhes que proibissem os fiéis de assistir às prédicas de Antônio Conselheiro. E, em 1886, o delegado de Itapicuru enviou ao chefe de polícia da Bahia um ofício, onde se refere à divergência entre o grupo de Antônio Conselheiro e o vigário de Inhambupe, mas nem a providência do arcebispo, nem a do delegado deram resultado. Em 1887, o arcebispo, junto ao presidente da província, volta a acusar o Conselheiro de pregar doutrinas subversivas. Em resposta, o presidente tentou internar o Conselheiro num hospício de alienados no Rio de Janeiro, mas não conseguiu por falta de vaga. Surge então a primeira “cidade santa”, o arraial do Bom Jesus, hoje Crisópolis, onde ainda existe a capela construída por Antônio Conselheiro. Em 1893, quando o governo central autoriza os municípios a efetuarem a cobrança de impostos no interior, Antônio Conselheiro resolve pregar contra essa decisão e manda arrancar e queimar os editais. Depois disso, seu grupo com aproximadamente duzentos fiéis seguidores parte em retirada, mas é perseguido por uma força de polícia, formada por trinta soldados que os alcança em Massete. O grupo do Conselheiro consegue, contudo, derrotar os policiais. A fuga continua e novos adeptos se juntam aos fugitivos. Finalmente, se fixam numa fazenda de gado abandonada, à margem do rio Vasa-Barris, onde fundou uma comunidade, cujos princípios eram propriedade comum das terras e divisão dos bens adquiridos. Antônio Conselheiro se transformou numa lenda que se espalhou por todo o País. A população do povoado chegou a milhares de habitantes que recuperaram a região, criando rebanhos e plantando para o próprio consumo. Entretanto, o governo continuou a perseguição, mandou tropas para controlar os rebeldes. Apesar dos canhões e metralhadoras, foram necessárias quatro expedições para massacrar o povoado. O primeiro ataque militar aconteceu em outubro de 1896, por iniciativa do governo da Bahia. A segunda expedição foi em janeiro de 1897, comandada pelo Major Febrônio de Brito. Em seguida, foi a expedição comandada pelo Coronel
respondido por: EduardoPLopes
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duas grandes explicações para o fato de os sertanejos terem começado a seguir Antônio Conselheiro: uma econômica e outra religiosa.

No aspecto econômico, estas pessoas viviam sem-terras em uma situação de vulnerabilidade social, sendo explorados pelos latifundiários locais, de modo que viam no Arraial de Canudos uma oportunidade de ter as suas próprias terras (que dividiam em comunidade) e poder praticar, em paz, a agricultura de subsistência, o que era muito atrativo para muita gente.

Além disto, Conselheiro era também um líder religioso, admirado por parte dos sertanejos, que viam no fato de conviver com ele um "chamado divino", o que explica também parte dos seus seguidores (e da lealdade que apresentavam).

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