• Matéria: História
  • Autor: kkkyuu16
  • Perguntado 3 anos atrás

é possível conectar essa novas identidades construídas pelos negros escravizados com o processo de sincretismo cultural existente no Brasil Colonial?Explique

é possível conectar essa novas identidades construídas pelos negros escravizados com o processo de sincretismo cultural existente no Brasil Colonial?Explique



o texto:


"Um dos muitos resultados da diáspora africana é a presença de reis negros nas Américas, representantes de grupos étnicos específicos presentes no interior de quilombos e de irmandades católicas. O estudo das situações em que existiram esses reis ilumina a compreensão de como africanos e europeus interagiram no contexto da colonização americana, sob um regime escravista. [...] Esses reis [...] [representam um tipo de] adoção do catolicismo, ou de alguns de seus elementos, por parte tanto de comunidades na África como de afrodescendentes nas Américas. Foram os estudos de John Thornton que me abriram os olhos para a importância do catolicismo na África Centro Ocidental nos séculos XVI, XVII e XVIIIe a partir deles pude perceber o lugar nada desprezível do catolicismo na relação que os africanos e afrodescendentes brasileiros mantinham com as terras de seus antepassados. [...] No Brasil em algumas ocasiões o catolicismo, por estar presente na região do antigo Reino do Congo desde o final do século XV, serviu de ligação com um passado africano que era importante elemento na composição das novas identidades das comunidades afrodescendentes no contexto da diáspora. Ao estudar os festejos em torno da coroação de reis do Congo que aconteciam no Brasil desde o século XVII, entendi que estas eram manifestações percebidas de formas diferentes pelos que as realizavam, membros da comunidade negra, e por aqueles identificados com a sociedade senhorial, de origem lusitana, que viam aquelas festas acontecerem mantendo atitudes ora condescendentes, ora repressoras. Enquanto para uns as festas em torno de reis remetiam a chefias africanas, a ritos de entronização, à prestação de fidelidades, para outros elas se associavam à noção de um império, que se estendia pelos quatro cantos do mundo: Europa, África, América e Ásia, e que tinha a experiência da catequese na região do antigo Reino do Congo como um dos momentos emblemáticos do empenho evangelizador de Portugal. [...] A penetração dessa festa entre muitas comunidades negras do Brasil, principalmente do final do século XVIII a meados do XIX, deu-se devido a uma combinação de fatores que fizeram com que as comemorações em torno de um rei congo tivessem significados importantes tanto para a Comunidade negra como para o grupo senhorial, que detinha o poder de permitir ou reprimir as manifestações dos negros.

Ao serem arrancados de seus lugares de origem e escravizados, ao deixarem de pertencer a um grupo social no qual construíam suas identidades, ao viverem experiências de grande potencial traumático, tanto físico como psicológico, ao transporem a grande água e terem que se dobrado ao jugo dos senhores americanos, os africanos eram compelidos a se integrarem, de uma forma ou de outra, às terras às quais chegavam. Novas alianças eram feitas novas identificações eram percebidas, novas identidades eram construídas sobre bases diversas: de aproximação étnica, religiosa, da esfera do trabalho, da moradia. Assim, reagrupamentos étnicos compuseram "nações", pescadores e carregadores se organizaram em torno das atividades que exerciam, vizinhos consolidaram laços de compadrio e se juntaram cultuadores dos orixás, os que faziam oferendas aos antepassados e recebiam entidades sobrenaturais sob o toque de tambores. Nesse contexto, os reis negros, presentes em quilombos e grupos de trabalho, mas principalmente em irmandades católicas, serviram de importantes catalisadores de algumas comunidades e foram centrais na construção de suas novas identidades. Enquanto algumas atividades exercidas por comunidades negras eram proibidas e perseguidas pela administração senhorial e demonizadas pelo discurso cristão(mesmo que delas participassem também brancos católicos e às vezes até mesmo padres), outras eram em grande parte aceitas pelos agentes da administração colonial, pois adotavam formas ibéricas e católicas, ou que por estes eram assim percebidas"

ajudem, porfavor!!

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Respostas

respondido por: heloisagoncalves745
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Sim, é possível relacionar as novas identidades construídas pelos negros escravizados com o processo de sincretismo cultural existente no Brasil Colonial.

Diáspora africana e religiosidade

O texto traça um paralelo entre a religiosidade natural africana e o modo como ela foi modificada a partir da diáspora, ou seja, a dispersão sofrida pelos nativos africanos, sobretudo deslocados para a América Portuguesa, tendo inclusive suas tradições modificadas em razão do contato com os europeus.

Esse fato refere-se ao sincretismo cultural que abrangia os relacionamentos entre povos distintos à época do Brasil Colonial, onde é revelado que o catolicismo não era estranho para os então escravizados, que sentiram a necessidade de apenas incorporá-lo aos cultos originais da África que, atualmente, são denominados religiões afro-brasileiras.

Mais sobre a diáspora africana: brainly.com.br/tarefa/21955422

#SPJ1

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