Este livro é o primeiro que em Portugal aparece defendendo a liberdade do Ritmo contra os dogmáticos e estultos decretos dos velhos prosodistas. As ARTES POÉTICAS ensinam a fazer o alexandrino com cesura imutável na sexta sílaba. Desprezando a regra, o Poeta exibe alexandrinos de cesura deslocada e alguns outros sem cesura. Tal fizeram, em França, Francis Vielé-Griffin e Jean Moréas. Os alexandrinos são lançados em parelhas, mas os últimos quatro versos de cada Poema têm (tal se faz nos tercetos) suas rimas cruzadas. Salvo erro, é a primeira vez que assim se corta o alexandrino. Pela primeira vez, também, aparece a adaptação do delicioso ritmo francês, rondel. Introduz-se o desconhecido processo da aliteração: veja-se o poema XI e muitos versos derramados ao longo desta silva. Ao contrário do que por aí se faz, ornaram-se os versos de rimas raras, rutilantes: na mais extensa composição, a composição IV, que tem cento e sessenta e dois alexandrinos, não se encontra uma única rima repetida. CASTRO, E. Prefácio da primeira edição de Oaristos. In. GOMES, A. C. A estética simbolista. São Paulo: Cultrix, 1985. Esse trecho de Eugênio de Castro é de seu livro Oaristos, obra que inaugura o Simbolismo em Portugal e já assinala proximidade com o movimento francês. Refletindo sobre isso e com base nesta informação, analise as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. I. O Simbolismo português assegurou sua essência musical e melancólica com seus poemas que valorizaram a crítica social. PORQUE II. A oposição ao Realismo fica bem marcada no movimento Simbolista ao preconizar uma experiência sinestésica, musical, cromática e linguística. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta
Respostas
Resposta:
Letra D.
A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira
Explicação:
I. O Simbolismo português assegurou sua essência musical e melancólica com seus poemas que valorizaram a crítica social.
Afirmativa falsa. Como o nome aponta, a poesia simbolista propunha um resgate dos símbolos, isto é, de uma linguagem que compreendesse uma universalidade. O poeta é, aqui, um decifrador dos símbolos que compõem a natureza ao seu redor. Contra a superficialidade material do corpo, a objetividade do realismo e as descrições animalescas do naturalismo, o simbolismo quer mergulhar no espírito, que se relaciona a algo maior, a uma instância coletiva universal, a uma transcendência.
II. A oposição ao Realismo fica bem marcada no movimento Simbolista ao preconizar uma experiência sinestésica, musical, cromática e linguística.
Afirmativa verdadeira, uma vez que o Simbolismo valorizava a exeperiencia sinestésica, musical, cromática e linguística.