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A Independência da América Espanhola foi motivada pela insatisfação colonial com a metrópole, a desestabilização política pós-Período Napoleônico, pelas ideias iluministas, entre outras razões. Os criollos foram os principais agitadores das lutas por emancipação.
Desde o Século XVI, várias regiões do continente americano foram colonizadas pelos espanhóis. Essa colonização não foi um processo pacífico. Povos como os maias, astecas e incas foram dominados violentamente nesse processo.
A estrutura social da América Espanhola colonial estava dividida em chapetones (espanhóis) no topo; criollos (filhos de espanhóis que nasceram na América e não detinham os mesmos privilégios que os chapetones) no centro; e índios, mestiços e afrodescendentes na base da pirâmide.
A Independência da América Espanhola foi motivada pela insatisfação colonial com a metrópole, a desestabilização política pós-Período Napoleônico, pelas ideias iluministas, entre outras razões. Os criollos foram os principais agitadores das lutas por emancipação.
Em 1813, no começo do século XIX, ocorre a Independência dos Estados Unidos, a primeira emancipação ocorrida no continente americano.
As treze colônias, antes pertencentes a Inglaterra e agora libertas, contagiaram e influenciaram o processo de Independência da América Espanhola.
Nesse período, a Europa vivia o Período Napoleônico, onde vários territórios do continente estavam sob o domínio de Napoleão Bonaparte.
Em meio a crise do trono vivenciada na Espanha, Napoleão acaba por destituir o governante espanhol Fernando VII e destina o trono para seu irmão, José Bonaparte. A legitimidade do irmão de Napoleão como governante foi questionada tanto pelos espanhóis, quanto pelos colonos, gerando forte clima de insatisfação.
Outra influência importante foi o Iluminismo e suas ideias liberais, contrárias ao Antigo Regime e, sendo assim, contrárias à dominação absoluta do Rei.
No século XIX, já existiam universidades na América Espanhola, o que possibilitou o acesso dos criollos aos ideais iluministas, utilizadas para desestabilizar os argumentos em torno do pacto colonial. A Revolução Francesa veio fortalecer esses ideais.
O apoio financeiro da Inglaterra também foi fundamental para Independência da América Espanhola.
A potência britânica tinha profundos interesses comerciais e financeiros que ficavam impedidos de serem concretizados com o pacto colonial. Por isso, apoiam as lutas de emancipação na colônia. Outro apoio importante foi o do Haiti, que já havia se emancipado e forneceu força militar.
A relação da colônia com a metrópole começou a ficar extremamente tensa a partir do século XVIII, principalmente por conta de algumas medidas adotadas pela Espanha na busca por enriquecer apenas a metrópole.
Durante os governos de Carlos III e Carlos VI, a Espanha aumentou o monopólio dos produtos comerciais nas colônias. Além disso, em busca de acúmulo de capital, também centralizou a administração dos impostos e aumentou o rigor da cobrança.
É nesse momento também que a Espanha acaba com o sistema de porto único, inaugurando outros 20 portos na América, que comercializavam produtos entre a metrópole e a colônia, aumentando também a quantidade de impostos cobrados.
Essa política desagradou aos criollos (que queriam o livre comércio, ou seja, comercializar com outros países) e aos comerciantes espanhóis (que queriam a exclusividade no sistema de porto único de Sevilha).
A estratificação social que colocava os criollos em situação de desvantagem com os chapetones criou muitos conflitos na América Espanhola.
Muitos dos criollos eram comerciantes e desejavam o livre comércio para o aumento dos lucros. Mesmo o que não estavam envolvidos com o comércio, lutaram pela emancipação em busca de maior poder político.
A situação social de índios, escravos e mestiços, com péssimas condições de trabalho e submetidos àmiséria, também foi fator importante. Rebeliões como a de Tupac Amaru (Peru, 1780) e o Movimento Comunero (Nova Granada, 1781), ocorridas ainda no século XVIII, ajudaram a desestabilizar a relação metrópole-colônia.
Entre 1810 e 1833, aproveitando a fragilidade política da Espanha, dá-se início as Guerras de Independência da América Espanhola.
Os movimentos de emancipação são divididos pelos historiadores em três momentos:
os Movimentos Precursores (1780-1810);
as Rebeliões Fracassadas (1810-1816);
as Rebeliões Vitoriosas (1817-1824).
Após a emancipação, os caudilhos, influenciadores locais políticos e militares, acabam tomando conta do poder na América Espanhola.
Bolívar ajudou na libertação da Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia e Equador; e propunha a unificação e integração político-econômica entre os novos países. Por isso, em 1826, acontece o Congresso do Panamá. Entretanto, os caudilhos foram contra esse projeto, uma vez que buscavam garantir cada um a manutenção da sua influência.