(leia o texto De volta à real)
¹ (faça o tema do texto)
² (ideia principal de cada parágrafo)
³ (sublinhar ideias mais importantes sempre fatos e opiniões)
⁴ (reescreva e faça o resumo de cada parágrafo)
marcarei como melhor resposta o que responder primeiro, pfv gente tenho que entregar hj me ajudem
João Ubaldo Ribeiro Relutantemente, lembro que está na hora de deixar Itaparica. Neste domingo, já deverei encontrar-me de volta ao batente de sempre. Há uma melancolia irônica nisso, porque o paraíso terrestre só se alcança por tempo limitado. Como o casamento, de que já se disse ser igual a uma gaiola: o passarinho que está fora quer entrar, o que está dentro quer sair. É verdade e suponho que tem mesmo a ver com a natureza humana. Meu truque, em relação à ilha, é demorar o bastante para, ao deixá-la, ainda querer ficar. Assim preservo as saudades e o encanto do que revivi, nesses dias tão breves que acabo de passar. Não posso permanecer o resto da vida apenas assistindo às festas que, nesta época do ano, aqui parecem acontecer todos os dias, conversando e espiando os passarinhos, batendo papo com meus fantasmas e sendo docemente irresponsável, como se nada mais no mundo tivesse importância. E o fato é que a Itaparica que lhes apresento não existe, não é possível que exista. Meus conterrâneos, apesar de talvez pitorescos para os olhos forasteiros, são gente como outra qualquer, com os defeitos e qualidades que se veem em gente de qualquer parte. E claro, não estão num mundo e num país à parte, têm problemas e angústias como todos os outros, embora amenizados por estes ares gentis, este sossego acolhedor, estas águas verdes e azuladas do mar da Bahia, estes bancos de areia sem fim, a Natureza despertando o poeta de meia-tigela que mora em tantos de nós. Para mim, em especial, há ainda umas sugestões fugidias da infância e da juventude cada vez mais remotas e mais romantizadas, uns cheiros, uns relances de paisagem, uns sentimentos que, de tão longínquos, já pareciam mortos. Não, minha sina é outra e assim regresso a nosso universo de cidade grande e cheia de ameaças, de jornais atemorizantes com suas notícias de arrepiar. Sou obrigado a voltar a ler, todos os dias, a respeito de crimes inimagináveis em sua crueldade e requinte perverso, desabamentos, calamidades, guerras, corrupção fora de todos os limites, o Rio transmudado numa espécie de faroeste, o medo abrindo suas asas pegajosas sobre todos nós, que nem dentro de casa estamos mais seguros, a ponto de às vezes parecer incrível que ainda possamos sorrir e celebrar alguma coisa. Não deveria ser, mas é assim que transcorre nossa vida e, mesmo diante desses fatos, temos de prosseguir, agradecendo a Deus pela graça de cada novo dia.
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O tema do texto De volta à real é:
- O dia em que o eu-lírico tem de voltar para casa após uma viagem à ilha de Itaparica.
As ideias principais, e também um resumo de cada parágrafo, são:
- Primeiro parágrafo: a melancolia do eu-lírico em ter de ir embora.
- Segundo parágrafo: a tomada de consciência do eu-lírico de que está idealizando a ilha, percebendo que as pessoas de lá não são "especiais" como parecem para quem está de passeio. Elas são normais, como todas as outras pessoas.
- Terceiro parágrafo: Neste o narrador trata dos perigos do Rio de Janeiro, onde mora e trabalha, e para onde precisa voltar.
Quem foi João Ubaldo Ribeiro?
João Ubaldo Osório Pimentel Ribeiro foi um premiado escritor brasileiro, que nasceu em Itaparica, Bahia, e faleceu na cidade de Rio de Janeiro, onde viveu boa parte de sua vida.
Mais sobre João Ubaldo Ribeiro em: https://brainly.com.br/tarefa/16509804
#SPJ1
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