Nos últimos anos, um acirrado debate foi realizado em diferentes esferas sobre os currículos escolares, levando à promulgação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Embora tenha muitos avanços, a BNCC, em diferentes aspectos, seguiu reproduzindo certas abordagens e interpretações históricas.
O pesquisador Matheus Vargas de Souza, em um texto de 2019, fez o seguinte diagnóstico: (analisar a imagem)
Você é professor da educação básica, e precisa planejar suas aulas de história da América a partir das determinações da BNCC. Ao mesmo tempo, você conhece as críticas apontadas à estruturação da Base.
Como você planejaria uma aula sobre as sociedades mesoamericanas sem recair nos problemas diagnosticados pelo pesquisador citado acima? Lembre-se de justificar sua resposta.
Respostas
Resposta: Uma das formas de se romper com os problemas apontados pelo pesquisador é abordar as sociedades indígenas americanas não somente durante o contato com os navegadores europeus e durante o período de conquista, mas como povos originários, com culturas e referenciais próprios, existentes muito tempo antes da interação entre esses dois mundos. Ou seja, os indígenas devem ser trabalhados no presente (quais são os legados das sociedades indígenas mesoamericanas pré-colombianas para aquelas sociedades nos dias de hoje? Os maias ainda existem?), suas lutas para o futuro e seu desenvolvimento no passado, até mesmo para se romper com a concepção de que foram exterminados na conquista.
Outra forma seria pensar em diferentes referenciais para a política, além dos europeus "cidadania" e "república", que são muito importantes. Mas seria igualmente importante saber como os indígenas se organizavam, de que forma resolviam questões relativas à economia e à política e de onde provinham seus saberes. Dessa forma, possibilita-se aos alunos uma maior diversidade de culturas e de formas de organização econômica e política, com outros referenciais que não os europeus. Ao se abordar a resistência indígena, de certa forma, é possível demonstrar que os europeus não foram imbatíveis, ainda que tenham vencido as sociedades mesoamericanas.
Explicação: