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Em 1871 era promulgada a Lei do ventre livre. Assim ficou determinado que qualquer criança nascida a partir daquele dia, seria livre. Entretanto esta liberdade só seria efetiva quando o indivíduo completasse 8 ou 21 anos.
A idade a ser liberto dependia do interesse do senhor, que se o fizesse aos 8 anos de idade, receberia uma indenização do estado de 600 mil réis, se não, aos 21 anos, o senhor de escravos não seria indenizado.
Não é difícil imaginar que mesmo recebendo indenização, os senhores de escravos decidiam explorar os negros até maior idade, visto que o que eles lucravam com isso era muito acima da indenização paga pelo estado.
Lei do ventre livre
Apesar de ser revolucionária para a época, foi criada de modo a incomodar o menos possível os senhores de engenho.
O Brasil foi o último país a abolir a escravidão. Isso trouxe discussões acaloradas e um comprometimento da imagem do país, que até então mantinha sua economia baseada na exploração de força humana.
Como forma de controle, o estado obrigou aos senhores de engenho a registrarem todos os escravos em sua posse. Assim se teria um controle de quem estivesse na sua propriedade após aquela data foi um nascido livre.
A existência desse registro foi usada por abolicionistas para buscar as matrículas de escravos atrás de irregularidades. Quando encontravam uma, eles acionavam a Justiça para intermediar a liberdade.
Essa movimentação de abolicionista fez com que a Lei Áurea fosse assinada em 1888. Nessa ocasião, o Brasil possuía cerca de 700 mil escravos que receberam direito à liberdade.
Esses negros agora libertos, analfabetos, sem roupas, posses, moradias, castigados pelos anos de trabalho braçal, sem nenhuma formação de ofícios, caminham pelas cidades em busca de trabalho. Jogados à própria sorte foram levados para as linhas fronteiriças, as margens da sociedade.
Assim surge o termo marginais, marginalizados e nascem as favelas.
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