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Resposta:
Estamos nos aproximando do bicentenário da independência do Brasil.
Momento de nos perguntarmos: Somos realmente independentes?
Foi numa tarde de 7 de setembro, montado sobre uma mula velha, acometido de grande mal-estar e com fardamento andrajo que D. Pedro, formalizou a independência de maneira, supostamente, heroica.
Nascia ali o Brasil supostamente independente. De modo que o país aceitava como condição de seu reconhecimento por Portugal e, consequentemente, da Inglaterra e da comunidade internacional, o pagamento de uma indenização a coroa portuguesa.
A pseudo independência do Brasil favoreceu grandes proprietários de terras e grandes comerciantes locais. A separação tinha como objetivo preservar a liberdade de comércio e a autonomia administrativa do país, porém o restante da população ficou na mesma situação e a escravidão, infelizmente, continuou até 1988.
Na prática o Brasil substituiu Portugal pela Inglaterra, se tornando uma colônia do imperialismo inglês.
O comércio exportador e importador brasileiro, ficou atrelado ao inglês, do qual importava mercadorias, como, fios e tecidos de algodão, lã e linho, oriundos da indústria têxtil inglesa, e para o qual exportava basicamente açúcar e café.
Com as finanças em baixa com a Guerra da Independência (1821-1824), somado à retirada dos recursos do tesouro com o retorno de D. João VI e da corte portuguesa para Portugal (1821), D. Pedro I teve que recorrer à Inglaterra para financiar a dívida do reconhecimento do Brasil por Portugal e pela Europa.
O empréstimo no valor de 3,7 milhões de libras esterlinas marcou a origem da dívida pública externa do Brasil e a dependência financeira do Brasil com a Inglaterra ao longo do século XIX.
Mesmo com o advento da abolição da escravidão e da proclamação da república o país não sofreu alteração em sua estrutura econômica, conservando a propriedade monopolista da terra e por isso mesmo, sofrendo com novos métodos de exploração e dominação das oligarquias financeiras internacionais, das associações monopolistas internacionais que haviam liquidado a livre concorrência e distribuíam entre si os mercados, as fontes de matérias primas.
O Brasil sofreu todas as formas de penetração imperialista, essencialmente estadunidense. Todas as formas de exploração e dominação, por parte desses imperialismos, foram sendo aplicadas no Brasil, desde as investidas sobre nossas fontes de matérias primas e o controle dos principais ramos de nossa economia.
Tudo isso conduziu o Brasil a uma situação de crescente dependência econômica e financeira. E não é preciso ressaltar que essa dependência econômica e financeira se estende ao campo da diplomacia, converte-se de fato em dependência também política, com a intromissão de explorador estrangeiro em nossos negócios puramente internos.
A independência é mera ficção. Comemorar o que?