A relação entre Protestantismo e Renascença representa um problema complexo e que tem suscitado diferentes leituras. A princípio, podemos concordar com Troeltsch (1972) quando afirma que, como resultado desses dois movimentos, a posição do homem diante do mundo e da vida tornou-se essencialmente diferente do que era na cultura medieval. Para o estudioso, os dois estão intimamente ligados no conteúdo e na forma.
AZEVEDO, Israel Belo de; História da Igreja II. Graduação – EAD. Maringá-PR: UniCesumar, 2018.
Com base nas contribuições de Troeltsch (1972), Berdyaev (1949) e Niebuhr (1951) sobre o tema e que versam tanto sobre as diferenças entre os movimentos como sobre seus encaminhamentos em comum, assinale a alternativa correta:
Alternativas
Alternativa 1:
Para Troeltsch, é errôneo caracterizar a Reforma como um movimento que promulgou o individualismo religioso, pois o princípio formal da Bíblia como única autoridade e o princípio material da justificação pela fé são completamente dogmáticos. A única comunicação possível com Deus, ironicamente, era mediada de modo objetivo e hierárquico e não sobrenatural, anulando o espaço de o indivíduo cultivar sua própria segurança interior intelectual ou espiritual.
Alternativa 2:
Para Niebuhr, tanto a Reforma como a Renascença tiveram a mesma preocupação: a oposição ao controle eclesiástico, mas com resultados diferentes. A primeira empenhou-se em promulgar a autoridade da interpretação correta da Bíblia ao cristão, de modo a garanti-lo o direito de seu acesso à graça de Deus pela fé, ainda que o impedisse de exercer o livre-exame das escrituras. A segunda interessou-se na vida humana livre, na cultura e na total autonomia da razão humana.
Alternativa 3:
Para Berdyaev, há na Reforma a convivência de princípios humanistas e anti-humanistas, visto que nela é afirmada a liberdade do homem contra a compulsão sentida no mundo católico e contra a falsa liberdade que o levaria à perdição, afastando-o da fé. Contudo, tal liberdade o situou num plano inferior ao da própria consciência católica, afirmando unicamente Deus e a Natureza Divina, negando a noção católica da independência original do homem perante Deus.
Alternativa 4:
Para Troeltsch, o individualismo da Reforma significa um aprofundamento e espiritualização ainda maiores das realidades místicas vivenciadas no sacramentalismo católico, os quais acabaram por gerar uma autonomia religiosa incondicional, mas marcadamente anti-humanista. Afinal, a Renascença formulava um individualismo livre da autoridade e convicto da plena autonomia do sujeito, flexível em sua concepção artística e regido apenas pelas regras da lógica.
Alternativa 5:
Para Niebuhr, a Reforma e a Renascença foram movimentos fundamentalmente incompatíveis por conta da forte desconfiança que o protestantismo nutria contra a sabedoria humana, apegando-se às sagradas escrituras como único guia. Opondo-se ao novo protestantismo ilustrado aliado à filosofia e ciência modernas e emergentes, o movimento afirmava a primazia da Bíblia condenando as interpretações vindas da razão humana como invariavelmente corrompidas.
Respostas
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Resposta: Alternativa 3 - Para Berdyaev, há na Reforma a convivência de princípios humanistas e anti-humanistas, visto que nela é afirmada a liberdade do homem contra a compulsão sentida no mundo católico e contra a falsa liberdade que o levaria à perdição, afastando-o da fé. Contudo, tal liberdade o situou num plano inferior ao da própria consciência católica, afirmando unicamente Deus e a Natureza Divina, negando a noção católica da independência original do homem perante Deus.
Explicação: Leitura do livro- pg 28.
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