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Após as falas controversas de Nise Yamaguchi ao longo da CPI da covid-19, comentários racistas emergiram, retomando a hashtag #StopAsianHate aqui no Brasil.
Inicialmente impulsionada depois de crimes de ódio cometidos nos Estados Unidos em março de 2021 e que resultaram na morte de oito pessoas (dentre elas, ao menos seis asiáticas), a hashtag também teve repercussão por aqui à época.
A partir dela, reiteramos: asiáticos não são “todos iguais”, nem nos EUA, nem no Brasil. “Piadas” e estereótipos assim reforçam uma suposta homogeneidade, invalidando sua identidade e individualidade. Ser chamado de “japa” ou de “china”, tendo seu nome ignorado, também é uma forma de violência – e não é a única.
No Brasil, o IBGE apenas reconhece a categoria "amarelos" para referir-se a asiáticos, especificamente nativos e descendentes de leste-asiáticos. Aqui, a maioria da população amarela tem origens, sobretudo (mas não somente), japonesa, chinesa, taiwanesa e coreana, em ordem decrescente de frequência, segundo a análise de De Oliveira e Masiero.
Contudo, movimentos asiáticos no Brasil, inspirados em debates da diáspora nos EUA, vêm abordando a necessidade de se considerar como também asiáticas as populações indianas, persas e de alguns países árabes. Em geral, estes poderiam ser da raça/cor asiática “marrom”, conceito que, atualmente, inexiste tanto no IBGE, quanto no censo estadunidense, e diferiria da categoria “pardo”. Mas é preciso considerar as semelhanças e diferenças entre as comunidades dos dois países.
Há, também, asiáticos brasileiros que se declaram ou são declarados pardos – e, às vezes, brancos –, especialmente vindos de famílias inter-raciais ou multirraciais. Muitos também têm origens paraguaia e guarani (indígena), e ouvem comentários como “asiático do Paraguai”, em tom pejorativo.
Para saber como é ser asiático no Brasil agora, podemos ouvir as próprias pessoas asiáticas amarelas.
Espero ter ajudado! Bons estudos!❤