• Matéria: Português
  • Autor: daviadriel78
  • Perguntado 3 anos atrás

Seguindo esta perspectiva, o autor afirma que, baseado nas análises legislativas, a maioria
dos bairros atuais não tiveram a participação dos moradores em sua denominação,
mostrando aspectos políticos e discursivos no ato de nomear um local no município, e de
certa forma, no Estado como um todo.
FONTE:
DIAS, Antonio Bruno Sales. Discurso e poder nas denominações de bairros de
Fortaleza. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do Ceará,
Programa de Pós-Graduação em Linguística, Fortaleza (CE), 2017. Disponível em:
Nicolas. Fortaleza pode ter primeiro bairro com nome de mulher.
A partir das informações, escolha uma das opções a seguir:
A) O processo de denominação do bairro do Dendê, localizado nas proximidades
do bairro Itaperi, não toma por base acontecimentos históricos e sociais
localizados. Há, na verdade, a emancipação de um debate puramente político que
realiza uma “disputa de narrativas” acerca de quem é suficientemente importante
que, no contexto sociopolítico, possa ser eternamente honrado nominando um
espaço da cidade. Com a ascensão do feminismo, emergiu o nome da maior
escritora cearense para ser homenageada.
B) Rachel de Queiroz, nascida em Quixadá, no sertão cearense, teve engajamento
e ascensão social na capital e, também, no Rio de Janeiro. Ela foi a primeira
mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras (ABL) e ter obras primas
consagradas nacional e internacionalmente, como “O Quinze” e “Memorial de
Maria Moura”.
C) O processo de denominação dos bairros passou por diversas mudanças nos
últimos quarenta anos. Da proibição de homenagem a qualquer personalidade
pública, a lei foi se alterando para adequar as homenagens aos entes que, política
ou economicamente, tiveram peso para o desenvolvimento da cidade, como no
caso do bairro em homenagem a Edson Queiroz.
D) Um aspecto essencial para entender a lógica de como dar nome às coisas pode
dizer algo sobre as dinâmicas sociais, culturais e das representações sobre quem
pode ou não ser homenageado(a) com nome de bairro. A maioria das homenagens
não deixa de fazer parte da elite fortalezense, demonstrando que a participação
popular em eleger os nomes das lideranças locais é relegada à mera formalidade
casual, sendo atropelada por reivindicações verticais impostas pelo poder público

Respostas

respondido por: gg20062728
1

Resposta: letra g

Explicação:

respondido por: DecaMaga
0

A resposta correta é a letra D. Pode-se concluir isso, analisando este trecho da dissertação de mestrado mencionada na questão: “Nossos resultados apontam para uma ínfima participação dos moradores no ato da denominação dos bairros frente ao poder dos parlamentares. As escolhas para as denominações giram em torno, principalmente, do grupo de políticos e empresários, validando assim seu poder também no âmbito simbólico da memória da cidade”.

Dissertação de mestrado mostra que nomes de bairros de Fortaleza homenageiam membros da elite

Segundo o autor, Antonio Bruno Sales Dias, sua dissertação de mestrado tem o objetivo de analisar as relações entre discurso e poder nas denominações dos bairros de Fortaleza com nomes de pessoas. São considerados o ato da denominação, as escolhas dos nomes para as denominações e a relação entre denominação e condição social.

Buscou-se pesquisar os bairros com nomes de pessoas, e, depois, identificar os grupos sociais delas. O que o autor descobriu foi que a maioria desses bairros recebeu nomes de políticos, empresários e membros da elite de Fortaleza. E o autor vai além: ele afirma que a população teve mínima participação na escolha desses nomes, ficando tais decisões nas mãos de políticos. Assim, a resposta certa é a letra D.

A letra A está errada, pois fala na denominação do bairro do Dendê e correlaciona o nome com “quem é suficientemente importante”. A questão é que Dendê não é nome de qualquer personalidade, mas, sim, do fruto do dendezeiro. E a afirmativa ainda fala em Raquel de Queiroz para ser homenageada, mas relacionando-a à ascensão do feminismo, o que já ocorreu há muito tempo.

A letra B já começa com um erro: a afirmação de que Rachel de Queiroz nasceu em Quixadá, no sertão cearense. Errado. A escritora nasceu em Fortaleza, capital do Ceará.

Por fim, a letra C está errada, pois diz que, no passado, houve lei proibindo homenagear personalidades públicas com nomes de bairro. Isso não ocorreu.

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