• Matéria: Português
  • Autor: richard9622178
  • Perguntado 3 anos atrás

Gabriela, cravo e canela



[...] Festa animada. Desanimado só Josué. Encostado à janela, olhando para fora [...]. No sereno repleto, ocupando a calçada e a rua, Glória espiava. A seu lado, como se fosse por acaso, Coriolano, cansado [...].



Nacib metia-se nas rodas dos homens, a conversar. Dançar não apreciava, duas, três vezes na noite arrastara o pé com Gabriela. Deixava-a depois na mesa com a boa esposa de João Fulgêncio. Por baixo da toalha, Gabriela arrancava o sapato, passava a mão no pé dolorido. Fazia esforço para não bocejar. Vinham senhoras, sentavam à mesa, tocavam a conversar animadas, a rir com a mulher de João Fulgêncio. Por muito favor lhe davam boa-noite, perguntavam como ia a saúde. Ficava calada, olhando para o chão. [...] Rapazes e moças riam e brincavam, dançando sobretudo na sala de trás, onde haviam proibido a entrada dos velhos. A irmã de Nacib e seu marido dançavam também, empertigados. Aparentavam não vê-la.



Por volta das onze horas, quando já o sereno se reduzira a umas poucas pessoas – há muito Glória se retirara e com ela o coronel Coriolano –, ouviu-se, vindo da rua, música de cavaquinhos e violões, de flautas e pandeiros. E vozes a cantar cantigas de reisado. Gabriela elevou a cabeça. Enganar-se não podia. Era o terno de Dora.



Parou em frente ao Clube Progresso, silenciou a orquestra no baile, todos correram para as janelas e portas. Gabriela enfiou o sapato, foi das primeiras a chegar ao passeio. Nacib a ela se reuniu, a irmã e o cunhado estavam bem perto, simulavam não vê-la.



As pastorinhas com as lanternas, Miquelina com o estandarte. Nilo, o ex-marinheiro, com um apito na boca, comandava o cantar e o dançar. Da praça Seabra, na mesma hora, vinham o boi, o vaqueiro, a caapora, o bumba meu boi. Dançando na rua. [...]



AMADO, Jorge. Gabriela, cravo e canela. São Paulo: Companhia das Letras, 2008. Adaptado: Reforma Ortográfica. Fragmento.



Um elemento da cultura local em evidência nesse texto é

a prática de condução de boiadas feita por boiadeiros.
a presença da cultura dos marinheiros em uma cidade.
as diferenças de gerações presentes em uma sociedade.
as festividades tradicionais próprias de uma região.
as formas de organização social de uma comunidade.

Respostas

respondido por: berlobato2
0

Resposta:

as festividades tradicionais próprias de uma região.

Explicação:

como se trata de uma cultura típica de uma região, creio que essa seja a resposta

respondido por: StephanyLopez
0

O trecho do romance "Gabriela", de Jorge Amado, descreve o Bumba meu boi, que é uma festividade tradicional em várias regiões do Brasil, principalmente no Norte e no Nordeste. Nota-se pela menção aos seus personagens característicos, que são as pastorinhas, o boi, o vaqueiro e a caapora. Portanto, a resposta correta é: as festividades tradicionais próprias de uma região.

Bumba meu boi

A festa de Bumba meu boi tem origem na lenda do Boi que foi sacrificado por Mateus para atender o desejo de Catirina, sua mulher grávida que teve o desejo de comer a língua do boi.

Além desses personagens, há também outros como o Bastião, a pastorinha, a dona do boi, o padre, o doutor, o padre, o sacristão e os seres míticos, como a caapora e o cazumbá.

Como a festa se espalhou pelo Brasil, ela apresenta variações, dependendo da localidade. Essas variações podem ser de personagens, de ritmos, e até do nome da festa. Por exemplo, no Amazonas se chama Boi-bumbá e no Ceará, Boi de reis.

Leia mais sobre Bumba meu boi no link: https://brainly.com.br/tarefa/50933312

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