Respostas
Na obra "O Contrato Social" - o filósofo suíço por Jean Jacques Rousseau, disserta acerca da possibilidade da construção de uma sociedade ideal, baseada na plena harmonia entre os indivíduos. Conquanto, ao analisar a sociedade brasileira, percebe -se que a ausência de empatia inviabiliza a concretização desse ideário rousseaneano. Nesse sentido, é fundamental refletir sobre as causas e consequências e possíveis soluções para esse revés.
Em primeiro plano, é imperativo apontar a educação, nos moldes predominantes no Brasil, como outro fator que contribui para a manutenção da lacuna do sentimento de empatia no cenário social. Para entender tal apontamento, é justo relembrar a obra "Pedagogia da Autonomia", do patrono da educação brasileira, Paulo Freire, na medida em que ela destaca a importância das escolas em fomentar não só o conhecimento técnico-científico, mas também habilidades socioemocionais, como respeito e empatia. Sob essa ótica, pode-se afirmar que a maioria das instituições de ensino brasileiras, uma vez que são conteudistas, não contribui para a formação de sujeitos engajados empaticamente e, portanto, não formam indivíduos da forma como Freire idealiza.
Como consequência, essa falta de empatia impossibilita a organização de levantes populares em prol de mudanças estruturais em uma sociedade fortemente marcada pela desigualdade social, assim como é a brasileira. Esse panorama se dá pois as pessoas não reconhecem como elas são dependentes umas das outras, à semelhança do que afirmou a sociologia de Émile Durkheim, criando um panorama de fragmentação social, no qual não existe um coletivo coeso em que seus membros se identificam, e, por conseguinte, a mobilização popular - essencial para a superação de mazelas sociais- é impossibilitada. Logo, a ausência de articulação dos agentes sociais impede no âmbito brasileiro a criação de uma conjuntura social mais justa e igualitária, tal como o ideário preconizado por Rousseau.
Portanto, medidas são necessárias para mitigar o imbróglio. Para tanto, o Ministério da Educação, a fim de mitigar os efeitos da falta de empatia, deve, por intermédio de parcerias com os meios de comunicação de massa, como portal de notícias "G1" e a revista "Veja", promover campanhas publicitárias nas escolas e nas ruas a respeito da importância que a compreensão dos problemas de outras pessoas é importante para o convívio em sociedade. Desse modo, a falta de empatia nas interações humanas deixará de ser uma realidade na sociedade verde-amarela e com efeito, o contrato rousseaneano poderá ser concretizado.