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Neste livro, que encerra a trilogia "A Mocinha do Mercado Central", conhecemos três irmãs gêmeas que viveram no ano de 1965. Além de enfrentarem os dramas da Ditadura Militar as meninas eram marcadas por uma maldição de família e uma promessa da mãe. Mesmo não sendo amigas entre si, elas cultivavam um amor em comum: a música de Rita Pavone, uma cantora italiana de música pop.
Em razão desse enorme sentimento pela cantora, elas se uniram para fazer uma viagem ao Rio de Janeiro e assistir a um show de Rita. Essa viagem mudou o rumo das três, que se tornaram amigas inseparáveis em razão das alegrias e das dores que sofreram nos dias em que estiveram na cidade maravilhosa.
Vários pontos chamaram a minha atenção neste último livro, que sem dúvida se tornou o meu preferido entre os três:
- Os nomes das três irmãs: Maria da Caridade (Rosade), Maria da Fé (Azulfé) e Maria Esperança (Verdança);
"Rosade: - Em nome do meu nome, faço a caridade de suportar vocês, mas assim que eu puder, desapareço no mundo, igual o meu pai fez."
"Azulfé: - Em nome do meu nome tenho fé de que ainda terei uma vida inteira de felicidade sem nenhuma maritaca gêmea perto de mim, ara se vou."
"Verdança: - Em nome do meu nome mantenho a esperança de que não preciso me livrar de vocês. Para mim, já é como se não existissem, eu sou filha única."
- A narrativa em terceira pessoa foi estruturada sob o ponto de vista dos objetos que estavam ao redor das personagens e que observavam algo sobre elas. Assim, conhecemos as garotas pela ótica do retrato, da máquina, da maçaneta da porta, do calor da tarde etc.
"Mesmo consciente da má vontade que as filhas tinham em relação à mãe, a maçaneta gostava das trigêmeas. Gostava dos mistérios que as cercavam ou viviam dentro delas. Era uma maçaneta sempre atenta, solícita, prestativa. E aprendera muito sobre as pessoas, desde que fora instalada naquela casa".
- Trata-se de uma história de amadurecimento. Stella mostrou que a vida não tem regras pré estabelecidas, mas que em suas surpresas, curvas, desgostos e dores que nos tornamos pessoas melhores e mais fortes. A leitura ensina a importância de ter amigos e de estar aberto às mudanças.
"- Vivemos bem embora às vezes a gente se estranhe. As pessoas às vezes se estranham. As coisas às vezes se estranham. O estranhumano está em toda parte".