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Quando eu cheguei e sentei pra conversar, a discussão já ia longe. A grande questão por ali era ‘dar ou não dar um telefone celular pro filho de nove anos?’ Perguntaram o que eu achava. Logo pra mim, que não tenho -nem nunca tive- um filho de nove anos no meu pé o dia inteiro me azucrinando a paciência pra comprar um celular! Alguém brincou: “Não pergunta pra ela não, porque ela é viciada nessas maquininhas todas.” Ô exagero, até que nem tanto assim, mas realmente eu me apego com facilidade. Depois que uma entra na minha vida, olha, não largo mão de jeito nenhum.Aí comecei a rir. Porque olhei para aquelas pessoas, né, e vi que todas tinham mais de 35 anos. Várias já tinham rodado os 40, algumas já batiam na casa dos 50. Todas tinham sido, como eu fui, crianças de casa com um telefone só, fixo (alguns eram até na parede, mais fixo impossível) na sala de visitas, que era pro pai e pra mãe ficarem controlando e berrando de tempos em tempos ‘sai desse telefooooone!!!’. Telefone era caro, ligações interurbanas eram feitas via telefonista e davam uma mão de obra absurda, a gente ficava meses na fila pra conseguir uma linha nos planos de expansão, linha cruzada era a coisa mais comum do mundo. A noção de portabilidade limitava-se a um fio enoooorme, pra gente levar o aparelho pro cômodo ao lado (e toda hora alguém tropeçava no fio e gritava ‘mas que meeerda!’). Aí veio a fase de ter tomada telefônica em todos os quartos da casa, para desespero dos pais, que aos poucos perdiam o controle sobre a tagarelice dos filhos adolescentes. Finalmente, maravilha das maravilhas!, o advento do telefone sem fio, uau!, bastava uma tomada só e já era possível levar o aparelho pra qualquer lugar num raio de… alguns metros. Custavam uma pequena fortuna, mas valia a pena.Todos ali naquela mesa foram testemunhas do nascimento do telefone celular. Uma verdadeira arma de destruição, aquele tijolo com uma bateria enorme e pesada, para conseguir um mínimo de qualidade de som era preciso puxar a antena. A coisa mais comum era ver gente andando pelos corredores que nem barata tonta, procurando um cantinho onde a recepção era melhor. Aos poucos eles foram ficando menores, com designs moderninhos, e outras funções foram sendo acopladas. Mas para todos nós (ou pelo menos para a maioria), a função básica de um telefone celular continua a mesma: realizar ligações telefônicas.
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