• Matéria: Artes
  • Autor: mariliagabriele20081
  • Perguntado 2 anos atrás

Os Sapos

Manuel Bandeira, 1918

Enfunando os papos,
Saem da penumbra,
Aos pulos, os sapos.
A luz os deslumbra.

Em ronco que aterra,
Berra o sapo-boi:
- "Meu pai foi à guerra!"
- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!".

O sapo-tanoeiro,
Parnasiano aguado,
Diz: - "Meu cancioneiro
É bem martelado.

Vede como primo
Em comer os hiatos!
Que arte! E nunca rimo
Os termos cognatos.

O meu verso é bom
Frumento sem joio.
Faço rimas com
Consoantes de apoio.

Vai por cinquüenta anos
Que lhes dei a norma:
Reduzi sem danos
A fôrmas a forma.

Clame a saparia
Em críticas céticas:
Não há mais poesia,
Mas há artes poéticas..."


Urra o sapo-boi:
- "Meu pai foi rei!"- "Foi!"
- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!".

Brada em um assomo
O sapo-tanoeiro:
- A grande arte é como
Lavor de joalheiro.

Ou bem de estatuário.
Tudo quanto é belo,
Tudo quanto é vário,
Canta no martelo".

Outros, sapos-pipas
(Um mal em si cabe),
Falam pelas tripas,
- "Sei!" - "Não sabe!" - "Sabe!".

Longe dessa grita,
Lá onde mais densa
A noite infinita
Veste a sombra imensa;

Lá, fugido ao mundo,
Sem glória, sem fé,
No perau profundo
E solitário, é

Que soluças tu,
Transido de frio,
Sapo-cururu
Da beira do rio...

1- Leia o poema "Os sapos" de Manuel Bandeira e responda V ou F.

A ( ) os os versos trabalham com ironia e com paródia.
B ( ) os versos são metalinguísticos porque façam da própria poesia.
C ( ) os versos fazem uma crítica ao parnasianismo.

Respostas

respondido por: Ggiovanna102
1

A ( V) os os versos trabalham com ironia e com paródia.

B (F ) os versos são metalinguísticos porque façam da própria poesia.

C (V ) os versos fazem uma crítica ao parnasianismo.

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