O movimento dos Annales provocou mudanças significativas na escrita da história, em fins da década de 20. O excerto de documento, a seguir, é o primeiro prefácio para o primeiro número da Revista dos Annales, responsável por dar nome a esse movimento: “Graças à ampla visão de um grande editor e graças ao trabalho de colaboradores franceses e estrangeiros, cuja prestatividade foi, para nós, uma alegria e um incentivo, nossos Anais, um desejo que vinha sendo amadurecido durante muito tempo, hoje podem ser lançados e tentar ter uma utilidade. Agradecemos aos verdadeiros autores. Mais um periódico e, mais que isso, um periódico de história econômica e social? Claro que, como sabemos, nossa revista, dentre as produções francesas, europeias e mundiais, não é a primeira. No entanto, acreditamos que, ao lado de suas gloriosas antecessoras, ela também terá um lugar ao sol. Ela se inspira de seus exemplos, mas traz um espírito próprio. Historiadores que fizeram as mesmas experiências e delas tiraram as mesmas conclusões, há muito tempo somos atingidos pelos males engendrados por um divórcio que se tornou tradicional. Enquanto os historiadores aplicam seus bons e velhos métodos aos documentos do passado, cada vez mais homens dedicam o seu trabalho, não sem febre às vezes, ao estudo das sociedades e das economias contemporâneas: duas classes de trabalhadores feitas para se entenderem e que, geralmente, se esbarram sem se conhecerem. E tem mais. Entre os próprios historiadores, como também entre os investigadores interessados pelo presente, ainda há muitas divisões: historiadores da antiguidade, medievalistas e ‘modernizadores’; pesquisadores dedicados à descrição das sociedades ditas ‘civilizadas’ (para usar um velho termo cujo sentido muda a cada dia) ou atraídos, pelo contrário, por aquelas que é preciso, por falta de palavras mais adequadas, qualificar ora de ‘primitivas’, ora de ‘exóticas’ [...] Nada melhor, obviamente, se cada um, praticando uma especialização legítima, cultivando laboriosamente o seu próprio jardim,
Respostas
Resposta:
Alternativa 5:
I, II, III e IV.
Explicação:
Páginas: 202 e 203 do livro POLÍTICA ECONÔMICA da Unicesumar.
Considerando o excerto e as informações dadas sobre o movimento dos Annales, podemos afirmar que todas as afirmativas estão corretas. Portanto, a alternativa correta é a letra E.
O que foi a Escola dos Annales?
A Escola dos Annales ou Movimento dos Annales foi um movimento historiográfico ocorrido na primeira metade do século XX, na França, a partir do surgimento da revista Annales d’Histoire Économique et Sociale, de Lucien Febvre e Marc Bloch.
A revista tornou-se símbolo de uma nova corrente cuja intenção era livrar-se da visão positivista da escrita historiográfica, que predominava até então. A partir dos novos conceitos, a História deveria ser escrita sob uma ótica diferente, como uma crônica de acontecimentos, que pretendia substituir as visões anteriores, consideradas breves e fugazes, por análises de longa duração que, teoricamente, permitiriam uma maior compreensão dos períodos históricos analisados.
Acreditamos que o complemento para sua questão seja:
Considerando as informações acima, a seguir analise as afirmações:
I. Como medida para sustentar a crítica feita pelos Annales ao Positivismo ou a Escola Metódica, o movimento da historiografia francesa elabora uma análise diferenciada, definida por História-problema. Em consonância com este novo procedimento, os Annales eliminam toda a dimensão política da história, que se torna, praticamente, inexistente, na revista do grupo. No lugar da esfera política, surgem estudos centrados nos domínios econômico e social.
II. Uma das inovações dos Annales é romper com a concepção que vê a história como ciência que objetiva o estudo do passado. Com relação a isso, Lucien Febvre, membro da Escola dos Annales, afirma que o historiador deve buscar inspiração no tempo presente. A este pesquisador é dado o ofício de questionar as coisas como são dadas, em oposição à história precisa dos eventos, Febvre defenderá uma História-problema por meio da observação, da diversificação de documentos, do diálogo com outras ciências e a formulação do problema.
III. Mais do que transcrever documentos oficiais, os Annales adotaram uma história experimental que parte da crítica dos documentos e estabelece um diálogo entre o pesquisador e a fonte.
IV. Por meio do diálogo com outros campos científicos, os Annales incorporarão os conceitos, métodos e hipóteses de outras ciências sociais. Tanto Febvre quanto Bloch buscavam renovar as linguagens e adotar novos códigos, com o objetivo de desestabilizar a “história dos vencedores”, referência utilizada para designar a história positivista.
É correto o que se afirma em:
A) I e II, apenas.
B) I e III, apenas.
C) II, III e IV, apenas.
D) I, III e IV, apenas.
E) I, II, III e IV.
Aprenda mais sobre o movimento dos Annales em:
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