• Matéria: Biologia
  • Autor: vivianefedossantos55
  • Perguntado 2 anos atrás

Você já ouviu falar de uma fake news dentro da área de ciências?Qual foi e trouxe consequências.​

Respostas

respondido por: emersonnote14
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Resposta:

Sim. No campo da ciência, a crença em boatos e notícias falsas tende a ser atribuída à ignorância do público, mas diversos estudos, como o de Bastiaan T. Rutjens, psicólogo da Universidade de Amsterdã, na Holanda, mostram que o conhecimento científico nem sempre é o fator que mais influencia nossa chance de acreditar em teorias não fundamentadas. Visões e ideologias têm grande peso no ceticismo sobre ciência. A compreensão da ciência tem um peso na aceitação de vacinas, mas a religiosidade afeta fortemente a chance de uma pessoa ser antivacinação. No caso das mudanças climáticas, o posicionamento político tem peso bem maior do que o conhecimento para influenciar a escolha dos indivíduos: aceitação ou rejeição de determinadas evidências ou explicações científicas tem diferentes raízes, e não podemos considerar que ela dependa apenas de ignorância ou irracionalidade das pessoas.

De acordo com B. Rutjens, há ao menos quatro características que contribuem para a forma como interpretamos fatos e teorias: nossa ideologia, nossa religiosidade nossos valores morais e (em geral, em medida menor) o grau de conhecimento. Em alguns casos, as pessoas confiam na ciência – como método e instituição – mas não aceitam resultados ou consensos em uma área específica (por exemplo: não acreditam na teoria da evolução). Em outros casos, há pessoas com uma desconfiança sobre a ciência em geral.

Em artigo publicado na revista científica Plos One, os psicólogos Stephan Lewandowsky, Gilles E. Gignac e Klaus Oberauer, confirmam que, posições políticas conservadoras, bem como posições favoráveis ao livre mercado, tendem a aumentar a chance de uma pessoa não acreditar em evidências sobre mudança climática. E tem mais: o “negacionismo climático” não depende da ignorância das pessoas, pelo contrário, em contextos de polarização política, pode aumentar ao crescer no nível educacional ou de acesso ao conhecimento científico. A oposição a determinadas áreas ou resultados da ciência não se origina, nestes casos, da falta de conhecimento, mas de estilos cognitivos, modos de pensamento diferentes. Pessoas que tendem a acreditar em teorias da conspiração têm maior chance de rejeitar em bloco as afirmações de tipo científico em diversas áreas, enquanto que pessoas defensoras do liberalismo econômico tendem a ver com desconfiança o tema das mudanças climáticas, mas não o das comidas transgênicas.

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