O discurso a seguir foi realizado por Martin Luther King Jr. Na cerimônia de entrega do Prêmio Nobel da Paz, em 1964: Civilização e violência são conceitos antitéticos [i. E. : opostos, antagônicos]. Os negros dos Estados Unidos, seguindo o exemplo do povo indiano, demonstraram que a não violência não constitui uma passividade estéril, mas uma poderosa força moral que leva à transformação social. Cedo ou tarde, todos os povos do mundo descobrirão o caminho para a convivência pacífica, e, com isso, transformarão esta pendente elegia cósmica em um abençoado salmo de fraternidade. Para que essa conquista se concretize, a humanidade deverá desenvolver, para todos os conflitos humanos, um método que repudie a vingança, a agressão e a retaliação. A base desse método é o amor. A estrada tortuosa que nos trouxe de Montgomery, Alabama, a Oslo testemunha essa verdade. Essa é a estrada sobre a qual milhões de negros viajam à procura de um novo sentimento de dignidade. Essa mesma estrada abriu para todos os americanos uma nova era de progresso e esperança. Levou a uma nova Lei dos Direitos Civis, e irá, estou convencido, alargar-se e alongar-se até transformar-se numa grandiosa rodovia de justiça, à medida que um crescente número de negros e brancos se alie para superar os seus problemas comuns. Aceito hoje esta premiação com uma fé inabalável na América e com uma fé audaciosa no futuro da humanidade. [. ] Recuso-me a aceitar a cínica noção de que, uma após outra, as nações deverão rolar abaixo por uma escadaria militarista até o inferno da aniquilação nuclear. Acredito que a verdade desarmada e o amor incondicional terão, na realidade, a última palavra. É por isso que o bem, temporariamente derrotado, é mais forte que o mal triunfante. Acredito mesmo que, mesmo em meio às explosões dos canhões e ao zunido das balas de hoje, ainda há esperança de um amanhã mais resplandecente. Acredito que a justiça, combalida e prostrada nas ruas ensanguentadas de nossas nações, pode se levantar dessa poeira de vergonha para reinar suprema
Respostas
A questão completa apresenta um texto do discurso de Martin Luther King Jr. Após análise é correto afirmar que ele foi inspirado pela luta de Mahatma Gandhi na independência da Índia.
Sendo assim, a alternativa correta é a letra C.
Quem foi Martin Luther King Jr.?
Esse é o nome do pastor batista que se tornou referência na história como líder do movimento dos direitos civis nos EUA.
Lutou pelos direitos políticos através da não-violência e chegou a ganhar o famoso Prêmio Nobel da Paz pelo combate ao racismo pela resistência não-violenta.
King foi assassinado em 1968 e haviam crenças de que seu assassino não tinha agido sozinho, ou teria recebido algum incentivo financeiro.
Questão completa:
"O discurso a seguir foi realizado por Martin Luther King Jr. na cerimônia de entrega do Prêmio Nobel da Paz, em 1964:
"Civilização e violência são conceitos antitéticos [i.e.: opostos, antagônicos]. Os negros dos Estados Unidos, seguindo o exemplo do povo indiano, demonstraram que a não violência não constitui uma passividade estéril, mas uma poderosa força moral que leva à transformação social. Cedo ou tarde, todos os povos do mundo descobrirão o caminho para a convivência pacífica, e, com isso, transformarão esta pendente elegia cósmica em um abençoado salmo de fraternidade. Para que essa conquista se concretize, a humanidade deverá desenvolver, para todos os conflitos humanos, um método que repudie a vingança, a agressão e a retaliação. A base desse método é o amor. A estrada tortuosa que nos trouxe de Montgomery, Alabama, a Oslo testemunha essa verdade. Essa é a estrada sobre a qual milhões de negros viajam à procura de um novo sentimento de dignidade. Essa mesma estrada abriu para todos os americanos uma nova era de progresso e esperança. Levou a uma nova Lei dos Direitos Civis, e irá, estou convencido, alargar-se e alongar-se até transformar-se numa grandiosa rodovia de justiça, à medida que um crescente número de negros e brancos se alie para superar os seus problemas comuns. Aceito hoje esta premiação com uma fé inabalável na América e com uma fé audaciosa no futuro da humanidade. [...]
Recuso-me a aceitar a cínica noção de que, uma após outra, as nações deverão rolar abaixo por uma escadaria militarista até o inferno da aniquilação nuclear. Acredito que a verdade desarmada e o amor incondicional terão, na realidade, a última palavra. É por isso que o bem, temporariamente derrotado, é mais forte que o mal triunfante. Acredito mesmo que, mesmo em meio às explosões dos canhões e ao zunido das balas de hoje, ainda há esperança de um amanhã mais resplandecente. Acredito que a justiça, combalida e prostrada nas ruas ensanguentadas de nossas nações, pode se levantar dessa poeira de vergonha para reinar suprema entre os filhos dos homens. Ouso acreditar que as pessoas, em todas as partes, possam ter três refeições ao dia para os seus corpos; educação e cultura para as suas mentes; e dignidade, igualdade e liberdade para os seus espíritos. [...] Hoje, com renovada dedicação pela humanidade que me inspira, venho a Oslo como curador. Aceito este prêmio em nome de todos os homens que amam a paz e a fraternidade. Digo que venho como curador pois, no âmago de meu coração, sei que este prêmio é muito mais do que uma honra pessoal. Sempre que viajo de avião, penso em todas as pessoas que garantem o sucesso de um voo – os pilotos, que conhecemos, e toda a equipe de terra, que desconhecemos. Os senhores homenageiam os dedicados pilotos de nossa luta, que se sentaram na cabine de comando à medida que o movimento pela liberdade ganhava as alturas. Os senhores homenageiam, mais uma vez, chefe Lutuli da África do Sul, cujas lutas, ao lado de seu povo e por seu povo, ainda enfrentam a mais brutal manifestação de desumanidade. Os senhores homenageiam a equipe de terra sem cujo trabalho e sacrifício os voos rumo à liberdade jamais teriam decolado. A maior parte dessas pessoas jamais aparecerá nas manchetes e os seus nomes não estarão no Quem é Quem. No entanto, quando os anos tiverem passado e quando a flamejante luz da verdade focalizar esta era maravilhosa em que vivemos, homens e mulheres saberão e às crianças será ensinado que temos uma terra mais bela, um povo mais digno, uma civilização mais nobre, porque esses humildes filhos de Deus se sacrificaram em nome da virtude."
KING JR., Martin Luther. Um apelo à consciência - Os melhores discursos de Martin Luther King. Rio de Janeiro: Zahar, 2006, p. 68- 69.
A partir do discurso apresentado de Martin Luther King Jr., é correto afirmar que:
a) Ao utilizar a metáfora do piloto do avião, Martin Luther King Jr. considera o seu papel como mais importante do que o dos demais militantes do movimento negro.
b)Apesar do otimismo, o discurso de Martin Luther King Jr. é marcado pelo tom bélico da Guerra Fria e ressalta a ameaça soviética.
c)Martin Luther King Jr. foi inspirado pela luta liderada por Mahatma Gandhi na conquista da independência da Índia contra a Inglaterra.
Alternativa assinalada
d)Ao longo do discurso, Martin Luther King Jr. dissocia a luta do povo negro dos EUA daquela de povos na África do Sul ou em outras partes do mundo.
e)O tom religioso dá lugar ao discurso nacionalista em diversas passagens que ressalta os EUA como lugar de "terra mais bela, um povo mais digno "."
Conheça mais sobre Martin Luther King Jr em: https://brainly.com.br/tarefa/5440259
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