As Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Básica apresentam o professor da Educação Infantil como um especialista em infância (BRASIL, 2013). O professor de Educação Física inserido nesse contexto escolar tem por missão transmitir saberes atrelados às práticas corporais engendradas na cultura (COSTA et al., 2019). Para alcançar êxito em sua tarefa de educar, o docente poderá lançar mão, mesmo no Ensino Infantil, das dimensões do conteúdo na Educação Física escolar. Em termos práticos, há três dimensões do conteúdo. Considerada de natureza teórica e explicativa por especialistas, a dimensão conceitual refere-se aos conceitos e fatos que o aluno deve aprender. Já a dimensão procedimental considera a capacidade do aluno em transpor o conhecimento teórico na prática em contexto escolar. Nessa dimensão, o professor deverá enfatizar o que o aluno precisará aprender a fazer. Por fim, tem-se a dimensão atitudinal, uma preciosa oportunidade para o docente desenvolver atividades pedagógicas atreladas a valores e atitudes, uma vez que nessa dimensão são trabalhados simultaneamente três componentes essenciais ao aprendizado: o cognitivo, o afetivo e o comportamental (SOUZA & TAVARES, 2019). Sabendo disso, imagine o seguinte cenário: Descrição da imagem não disponível Diante do cenário exposto e ciente de que o período letivo se aproxima, você tem consciência de que agora o momento é de planejamento das atividades escolares. Em tese, além de levar em consideração a importância da interação, da brincadeira, do movimentar-se e dos brinquedos, você sabe que tem que conciliar as três dimensões do conteúdo em suas aulas de Educação Física. Considerando que, na turma da pré-escola em que você foi alocado, os meninos costumam trazer carrinhos para a aula e as meninas, bonecas, resolva os seguintes problemas: a) Como conciliar a atividade com toda a turma a partir de ferramentas didático-pedagógicas (brinquedos) diferentes? b) Como incluir os alunos que não trazem seus brinquedos para a sala de aula e prioriz
Respostas
Resposta:
a) Após a identificação da realidade escolar e do público-alvo das intervenções didático-pedagógicas, uma estratégia para garantir o direito de todos de participarem da atividade escolar seria lançar mão de histórias lúdicas, presentes em livros ou inventadas pelo docente a partir de uma situação-problema identificada em sala de aula. Se as meninas gostam de bonecas e os meninos de carrinhos, por que não inventar histórias em que os motoristas dos carros não ajudam a donzela que se perdeu na cidade a encontrar a sua casa? Aqui, o eu, o outro e nós (campo de experiência) são enfatizados a partir de elementos que já fazem parte do universo da criança (seus brinquedos).
b) Quando alguns dos alunos não trazem ou não têm determinados tipos de brinquedos, para não segregar a turma em grupos, pode-se lançar mão de atividades em sala de aula para a construção de novos brinquedos a partir de material reciclável (ex.: garrafas PET, papelão, sacola de papel, etc.). Aqui, a interação por intermédio da construção coletiva dos brinquedos dá espaço para a imaginação.
c) Quando a missão é enfatizar de forma equânime as três dimensões de conteúdo na Educação Escolar, especialmente direcionada ao público da Educação Infantil, um recurso riquíssimo é contar histórias, trazendo conceitos na apresentação de personagens e lugares (dimensão conceitual); ou inserir a criança na história, como parte integrante da narrativa, imitando os personagens, sons e gestos (dimensão procedimental); assim como conversar com os alunos sobre a moral da história (dimensão atitudinal), sobre o comportamento dos personagens que elas conheceram, conduzindo-as a identificar o certo e o errado ou o bem e o mal.
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