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A questão da autoria das obras de Shakespeare, que remonta ao século XVIII, refere-se ao debate sobre a atribuição das obras de William Shakespeare, ou seja, discute-se se as obras foram realmente escritas por ele ou por uma outra pessoa ou, ainda, por um grupo maior de dramaturgos e poetas.[a][3] Embora tenham sido propostos inúmeros candidatos alternativos a verdadeiro autor das obras, os principais nomes são o do considerado filósofo Francis Bacon, o do dramaturgo então contemporâneo Christopher Marlowe, o de William Stanley, 6º Conde de Derby, e o de Edward de Vere, 17º conde de Oxford, que é o candidato mais popular atualmente.[4]
O frontispício do First Folio (1623), primeira coletânea das peças completas de Shakespeare. O First Folio, incluindo este frontispício, tem gerado grande polêmica entre os defensores da autoria. A gravura é normalmente atribuída a Martin Droeshout. Nascido em 1601, Droeshout tinha 14 anos quando Shakespeare morreu, e sete anos antes da publicação do Folio, o que mostra ser pouco provável que Droeshout tenha conhecido o dramaturgo; por conta disto, várias especulações foram lançadas acerca da capa: Charlton Ogburn, por exemplo, observou que a linha curva compreendida entre a orelha e o queixo da figura fazem com que o rosto mais pareça uma "máscara" do que a representação de uma pessoa real.[1] Alguns historiadores de arte, contudo, desaprovam essa tese.[2]
Os que duvidam[5] que a autoria seja de Shakespeare acreditam que há uma falta de evidências concretas que demonstrem que o ator e empresário – às vezes conhecido como Shaksper de Stratford – também foi responsável pelo corpo de obras literárias que carregam um nome com uma grafia similar (mas não sempre idêntica) à sua própria. Outros, entretanto, sustentam que o ator, o empresário e o dramaturgo eram efetivamente a mesma pessoa.[6] Porém, mesmo entre os que acreditam que fossem a mesma pessoa, há aqueles que têm dúvidas quanto à verdadeira autoria da obra.[7]
Outro argumento dos estudiosos que desconfiam da autoria refere-se ao conhecimento educacional absurdamente superior presente nos trabalhos shakespearianos, que, por exemplo, além de amplo conhecimento em ciências exatas e humanas, contêm, juntos, um vocabulário imenso com aproximadamente 29.000 palavras diferentes[8] (incluindo versões diferentes de palavras), sendo esse vocabulário quase cinco vezes maior que o encontrado na Bíblia do Rei Jaime, que emprega somente 6.000 palavras diferentes e que era famosa à época. Os críticos alegam que dificilmente uma pessoa comum do século XVI, sem uma educação até então refinada para poucos, [b] poderia ser tão fluente na língua inglesa, e muito menos demonstrar bons conhecimentos de política, direito e línguas estrangeiras, tais como o latim, presente no texto de obras como Hamlet e outras.
Até o início da década de 1920, Bacon foi o mais apontado como o autor das obras.[3] Marlowe, Stanley, o 6º Conde de Derby e numerosos outros candidatos têm sido propostos, mas não conseguiram atrair grandes seguidores.[3] No entanto, atualmente, a teoria suplente mais popular é que as obras de Shakespeare foram escritas por Edward de Vere, 17º conde de Oxford.[3]
Embora os principais estudiosos shakespearianos ignorem ou mesmo rejeitem todas essas alternativas, alegando que não se sustentam, e acreditem que Shakespeare realmente tenha escrito os textos, uma pequena quantidade de pessoas,[9] ainda que proeminentes ou famosas, contestam a autoria oficial. O interesse geral na questão da autoria tem crescido, especialmente entre profissionais de teatro, acadêmicos e estudiosos independentes, porque, acima de tudo, é uma questão que ajuda no aprofundamento da obra shakesperiana e no entendimento do tempo contextual em que foram produzidas.
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