Respostas
"A Revolta de Beckman aconteceu no Maranhão, estado criado por intermédio dos espanhóis, em 1621. A ordem veio do rei que ocupava o trono espanhol e português nos tempos da União Ibérica, o rei Filipe II da Espanha, resultando na criação do Estado do Grão-Pará e Maranhão, com o objetivo de colocar fim às invasões estrangeiras que aconteciam na região. Na década de 1630, a região foi conquistada pelos holandeses, mas, depois que eles foram expulsos, a economia local começou a sofrer problemas de abastecimento, pois a economia local era muito simples. A reconquista realizada pelos portugueses fez com que o local passasse a ser chamado de Estado do Maranhão e Grão-Pará, a partir de 1654. Essa província incorporava territórios que iam do Ceará ao estado do Amazonas. O que sustentava a economia local eram as atividades de subsistência ligadas à agricultura e ao extrativismo. Na agricultura, produzia-se, principalmente, algodão, mas também existiam produções de cacau e tabaco, por exemplo. Alguns poucos se arriscavam na produção de açúcar. No extrativismo, destacam-se as drogas do sertão, que resultava na extração de itens, como canela. Essas atividades traziam um retorno financeiro muito pequeno, portanto, a economia do Maranhão não era muito desenvolvida. Por isso, os habitantes dessa província não tinham condições de comprar grande número de escravos africanos. De toda forma, a segunda metade do século XVII presenciou a chegada dos primeiros escravos africanos à região, fruto dos desentendimentos entre colonos e jesuítas. Esses conflitos eram em decorrência da ação dos jesuítas em “proteger” os nativos da escravização realizada pelos colonos. Os jesuítas procuravam ter o controle do trato dos nativos para catequizá-los e explorá-los em suas missões. O primeiro registro que se tem da entrada de africanos no Maranhão e Grão-Pará é de março de 1662 e, a partir da década de 1680, essa entrada ficaria sob encargo da Companhia de Comércio do Maranhão, criada em 1682, principalmente para regular e organizar a entrada de escravos africanos na região. Essa companhia tinha como promessa entregar, ao menos, 500 escravos por ano no Maranhão, mas nunca conseguiu cumprir sua promessa. Essa companhia também tinha como atribuição o monopólio do comércio no Maranhão. Isso foi uma determinação régia, portanto, vinha de uma ordem real.