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A Região Metropolitana de São Paulo representa
o maior aglomerado urbano do hemisfério sul e,
possivelmente, o maior fenômeno de explosão
demográfica urbana do século XX. A população desta
região, de cerca de 250 mil habitantes no final do século
XIX, expandiu-se para 17 milhões de habitantes nos
últimos 100 anos, constituindo uma das maiores áreas
conurbadas do planeta.
A evolução da taxa de crescimento populacional
da Região Metropolitana de São Paulo durante o período é
aproximadamente concordante com o que ocorreu em todo
o planeta, que passou de 1 bilhão para 6 bilhões de
habitantes; com aumento de 15% para 50% da população
residente em áreas urbanas.
Obviamente, este quadro de crescimento
demográfico e de ampliação relativa da área urbanizada
exige um planejamento racional dos recursos naturais
disponíveis. Neste sentido, a informação geológica, uma
vez traduzida em aspectos de características de fragilidade
e potencialidade dos terrenos, constitui a base para a
exploração, uso e ocupação adequados de seus recursos
sendo, portanto, um fator relevante para o planejamento
urbano. Ainda, a informação geológica fornece os
parâmetros necessários para a adoção de medidas
corretivas, preventivas e de preservação de áreas
suscetíveis aos acidentes naturais ou induzidos de
naturezas geológica e/ou geotécnica.
A explosiva expansão urbana da Região
Metropolitana de São Paulo vem acompanhada de
conflitos relacionados à mineração, ao abastecimento
público de águas (quantidade e qualidade), às áreas de
riscos geológicos e/ou geotécnicos, à precária ocupação
habitacional de favelas, aos colapsos de terrenos cársticos,
à disposição de resíduos sólidos, à vulnerabilidade por
contaminação de aqüíferos subterrâneos, entre outros. Em
conseqüência da necessidade de dados geológicos e
geotécnicos para subsidiar esses conflitos, há grande
demanda de informacões geológicas pelos setores de obras
públicas (canalização de córregos, pavimentação, materiais
naturais de construção, obras estruturais de contenção de
encostas e taludes, obras subterrâneas, etc), habitação
(parcelamento do solo, urbanização de favelas, cortes,
aterros, etc) e saúde (saneamento básico, disposição de
resíduos, combate a doenças transmitidas pela água,
controle de enchentes, etc).
Esta demanda de informações geológicas e
geotécnicas para o planejamento da Região Metropolitana
de São Paulo, assim como para outras regiões, deve ser
suprida com trabalhos objetivando o reconhecimento dos
problemas, das potencialidades morfodinâmicas e dos
parâmetros geológicos e geotécnicos implícitos.
1.2 - Objetivos
Utilizando os conhecimentos geológicos
produzidos sobre a Região Metropolitana de São Paulo,
representados pelos inúmeros trabalhos desenvolvidos
principalmente à partir da década de 80, pretende-se
aplicar esses conhecimentos às necessidades urbanas da
metrópole, através de análise regionalizada do meio
físico.
Se por um lado existe enorme quantidade de
dados provenientes de diversas pesquisas geológicas e
geotécnicas para a elaboração de inúmeros projetos de
obras na Região Metropolitana de São Paulo,
principalmente na cidade de São Paulo, por outro lado,
os problemas decorrentes do crescimento vertiginoso
periférico da metrópole neste século, praticamente sem
planejamento, são gigantescos. Na tentativa de aplicação
dos estudos do meio físico para o adequado
planejamento urbano, muitas vezes, constata-se a
inadequabilidade dos dados existentes ou mesmo a
dificuldade de sua aplicação direta. Com isto, a
precariedade ou mesmo a inexistência do planejamento
urbano é confundida com as fragilidades das condições
geológicas e geomorfológicas intrínsecas da própria
região ou dos conhecimentos científicos e técnicos
disponíveis.
Nesse sentido os riscos devem ser considerados
tanto geológicos quanto geotécnicos, tendo a ação
antrópica um papel muitas vezes decisivo no
desencadeamento de determinadas respostas do meio
físico.
Portanto, este trabalho parte da premissa de que
essas respostas podem ser perfeitamente prognosticadas
a partir do conhecimento das condições geológicas e
geomorfológicas atuais da área de estudo. Estas
condições são herdadas das vicissitudes geológica,
geomorfológica e tectônica pelas quais passou a região
sendo os eventos naturais condizentes com a história
evolutiva da região, principalmente durante o Cenozóico
tardio (Neógeno e Quaternário).
Desta forma, acidentes decorrentes de obras de
engenharia, como desmoronamentos de túneis e galerias,
por exemplo, são aqui tratados como acidentes de
caráter geotécnico, enquanto que aqueles associáveis
aos processos de evolução morfodinâmica,
independentemente se desencadeados ou estimulados
por ação antrópica, são aqui considerados como de
caráter geológico. São estes últimos o principal objeto
de análise no presente trabalho, associando-os às
condições geológicas dos terrenos, à geomorfologia da
paisagem e às características de ocupação urbana da
região.
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