• Matéria: História
  • Autor: sarahpimenta
  • Perguntado 9 anos atrás

quais as causas e consequencias da crise para os eua e o mercado mundial ?

Respostas

respondido por: wellzito
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 A redução das atividades econômicas nos EUA pode nos afetar de forma mais direta através da queda em nossas exportações para os EUA e indireta, pela queda em nossas exportações para outros países. 

O aumento do repasse de lucros obtidos por empresas americanas no Brasil para os EUA, como forma de redução dos prejuízos em suas sedes. 

Queda no nível de investimento produtivo no Brasil, principalmente por empresas com sede nos EUA e Europa, o que poderia freiar ou reverter a ampliação do emprego no Brasil. 

A depreciação cambial, embora tenha um lado compensador e muito positivo, pode gerar dificuldades em nossas importações limitando o avanço de nossa indústria, ainda dependente de maquinário importado e tecnologias estrangeiras. Principalmente grandes produtores agrícolas. 

Enfim a interferência é bastante ampla e tende a ter um efeito multiplicador negativo na economia. Mas nem tudo está perdido e esta muito cedo para darmos diagnósticos precisos. 

Ou seja, Brasil é atingido por tal crise, no entanto num ritmo bem menor do que as crises no passado (apesar da intensidade dessa ser muito maior). Isso ocorre por uma infinidade de razões que em conjunto corroboram para o distanciamento de nossa economia da atual crise, algumas dessas razões são históricas outras mais atuais. Algumas conjunturais outras mercadológicas. 

Historicamente falando, desde que Itamar Franco montou a equipe econômica responsável pelo que viria ser o Plano Real, o Brasil finalmente entrou num caminho coerente e correto. Com o advento do Plano Real veio a estabilidade e o mais importante o fim da inflação, que significou a maior transferência de renda aos mais pobres, talvez, da história do Brasil (embora ninguém perceba e reconheça isso). Ainda no governo FHC, foram inúmeras as crises que colocaram em xeque a credibilidade do recém criado Plano e que nos afetaram imensamente mais que a atual crise, prova disso foi a empírica necessidade de flexibilização cambial (algo que os argentinos não fizeram e quebraram). O sucesso do Plano Real e a capacidade do país em agir de forma rápida e correta, no tempo certo, conferiu ao Brasil enorme credibilidade internacional. Algo que só poderia ser revertido com o advento do Governo Lula. 

No entanto, o atual Governo, prosseguiu com os preceitos do Plano Real e sabiamente manteve como meta fulcral o controle inflacionário. A passagem de governo se fez de forma democrática e sem surpresas o que conferiu ao país um fortalecimento de nossas instituições democráticas e um compromisso efetivo de longo prazo que transcede a figura do governante. Este é um dos pontos mais importantes que uma economia pode almejar: CREDIBILIDADE. Ponto para Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso e Luis Inácio Lula da Silva. 

Já no campo histórico recente, temos desde o ano passado uma melhora substancial nos preços das comódites o que levou o Brasil à berlinda. Ou seja a alta nos preços de minério de ferro, petróleo, alimentos (vide a crise de alimentos), carne (vide a crise da gripe aviária e o mal da vaca louca), leite e a cana de açucar (biocombustíveis e etanol). Tudo isso manteve o Brasil na mídia internacional por quase todo o ano de 2007 e 2008, fazendo com que o mundo visse o Brasil de forma como jamais viu, ou seja, um personagem capaz de influenciar de fato os rumos da economia mundial. A isso tudo somasse as recentes descobertas de petróleo, pesquisas no campo de combustíveis alternativas e o surgimento de gigantes multinacionais brasileiras que passam a atuar com enorme agressividade em âmbito global (destaque para a Embraer, WEG, Vale, Cemig, Petrobrás, etc.). Isso tudo conferiu ao Brasil: FOCO. Algo que até então não tinhamos. Este foco foi fundamental para que atingíssemos o tal sonhado "investment grade".
 
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