• Matéria: História
  • Autor: josileneferreira
  • Perguntado 9 anos atrás

como a Europa próximo ao ano mil estava dividida politicamente

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respondido por: fernandoforigo
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Durante o século X e a partir de 955, data da derrota dos magiares infligida por Otão I em Lech, a Europa começaria a recuperar depois de um período de estagnação económica provocada pelo desmembramento e queda do Império Carolíngio. Paralelamente, ocorreu o povoamento em larga escala em territórios anteriormente ocupados por densas florestas, que foram devastadas para dar lugar a campos de cultivo e a locais propícios à fixação de populações. Os ataques de povos invasores deixaram despovoadas inúmeras aldeias, que só neste período recuperariam. A população por volta de 900 atingiu o seu nível numérico mais baixo. A partir de então se verificou um aumento demográfico inexorável e um desenvolvimento localizado sobretudo na Europa Ocidental em territórios como a França, Germânia e Inglaterra. O povoamento da Europa de Leste e da Hispânia ocorreria ligeiramente mais tarde, a partir de 1150. Para se proceder a uma fixação eficaz da população foi necessário ganhar terras à floresta, ao mar e aos pântanos. A tarefa mais difícil foi a devastação de florestas extremamente densas em torno dos campos agrícolas, desenhando lentamente novos mapas da Europa. Muitos povoadores migraram criando novos núcleos de produção e a atitude empreendedora dos proprietários nobres e dos mosteiros teve uma enorme importância, pois o objetivo de angariar mais riquezas provenientes da terra provocou a criação de mecanismos de maximização da produção que, simultaneamente, serviam de chamariz para uma efetiva fixação da população. 
Todo este movimento de crescimento demográfico originou a criação de novas cidades e modificou a fisionomia das que existiam, para além de ter estimulado o comércio, facto compreensível devido ao desenvolvimento dos mercados e das feiras. 
Os territórios mais desenvolvidos integravam o Império: Itália, Alemanha e posteriormente Provença e Borgonha. É por volta do ano 1000 que Otão III sonha em reabilitar o Império Romano. Manda abrir o túmulo de Carlos Magno em Aix-la-Chapelle, de modo a que se pudessem venerar as relíquias. No entanto, dois reinos formavam-se a oeste: o reino capetíngio (987) e o reino anglo-normando (1066); a leste os carolíngios submeteram os Saxões e o cristianismo implantara-se em toda a Boémia. Em 973 foi fundado o bispado de Praga. Na Polónia, o duque Mieszko I recebe o batismo em 966 e o seu reino, formando uma diocese, liga-se à Santa Sé. Os Húngaros convertem-se ao cristianismo sob Valik, batizado em 985 com o nome de Estêvão. Esta conversão dos reinos de Leste travou o alastramento do cristianismo grego que já se implantara em Kiev, na Bulgária e na Sérvia, favorecendo o cristianismo latino. Os escandinavos também se converteram: a Dinamarca (950), a Noruega (995) e a Suécia. Igualmente se verificou a expansão do cristianismo no Mediterrâneo com a conquista da Normandia e a unificação do reino da Sicília (1060-1091) pelos Normandos, que também subjugaram a Inglaterra (1066), ao passo que a reconquista de territórios da Espanha aos muçulmanos avança até que em 1085 é tomada a cidade de Toledo. 
Durante o ano 1000 o mundo ocidental foi varrido por um temor bastante vulgarizado ligado às ideias milenaristas que os eclesiásticos divulgavam através da leitura do Apocalipse. Os cometas e o nascimento de crianças com deformidades congénitas foram considerados como sinais de que o fim dos tempos estava próximo.
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