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Alguns estudiosos afirmam que o mundo vive atualmente a etapa informacional do
capitalismo, na qual há uma interligação mundial da rede e hierarquia urbanas de maneira
muito mais consistente que em qualquer outro período já vivido. Uma das maiores
características da Revolução Técnico-científica é o aumento vertiginoso da velocidade das
telecomunicações e dos transportes. A título de comparação, a famosa viagem de Colombo,
responsável pelo descobrimento da América, durou 71 dias. Hoje esse mesmo deslocamento
dura menos de dez horas de avião.
A informação das descobertas do navegador genovês demorou o mesmo tempo da
viagem das pessoas para chegar aos reis espanhóis. Durante a maior parte da história humana,
a velocidade de circulação da informação foi a mesma dos deslocamentos das pessoas e das
mercadorias. O avanço tecnológico proporcionou a aceleração de todos os tipos de
circulação, entretanto em velocidades diferentes. Assim, o tempo necessário ao transporte da
informação (veiculada pela internet, por exemplo) é muito mais curto que o tempo necessário
para a circulação da matéria.
A base da globalização está em avanços tecnológicos como esse, o que tem
possibilitado tanto a dispersão da produção pelos locais potencialmente mais favoráveis ao
aferimento de lucros por parte das empresas, quanto a uma maior integração dos mercados,
das bolsas de valores e das finanças. Todos esses aspectos contribuem para a expansão das
infra-estruturas e da rede global de cidades, bem como para enfatizar o papel de destaque de
algumas delas na etapa da mundialização do capitalismo atual.
Nesta etapa, está ocorrendo a descentralização das indústrias, que se deslocam para
outras cidades, médias ou pequenas, e também para a zona rural. Isso colaborou para reforçar
o papel de destaque de muitas das grandes cidades, bem como de algumas médias, como
centros de serviços especializados e de apoio à produção, por meio de diversas instituições
que abrigam, como universidades e centros de pesquisa, agências de publicidade, bolsas de
valores e bancos, escritórios de contabilidade e advocacia, hotéis e feiras etc. Podemos citar
São Paulo como um exemplo desse processo, a qual vem consolidando sua posição de
principal centro de serviços e de negócios em toda a América do Sul.
Hoje muitas cidades são consideradas globais, no entanto sua influência de fato é
regional. Somente algumas atuam globalmente. Como exemplo pode-se citar Londres, que no
século XIX exercia uma influência global, porém os fluxos em sua área de influência
envolviam bem menos capitais, instituições, empresas, mercadorias, serviços e pessoas em
relação à Londres atual, que não exerce mais uma influência mundial, como Paris, Tóquio ou
Nova York
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