Gente, alguém poderia fazer um pequeno resumo? DO CICLO DE CAFÉ AO INÍCIO DA INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA
Respostas
O café foi introduzido no Brasil no séc. XVIII, por Francisco de Melo Palheta. Classificado inicialmente como artigo de luxo, essa planta, de sabor amargo e intenso não demorou muito para incorporar ao cotidiano da população. Durante décadas o café foi o principal produto de exportação do Brasil, o país era o maior produtor mundial desse produto e controlava os preços nos mercados internacionais, obtendo assim lucros elevados.
No Brasil, usava apenas uma parte da mão-de-obra, nesse período milhares de pessoas, principalmente nordestinos, em condições análogas a escravidão. As estradas de ferro, que começaram a ser construídas em 1852, exerceram um papel essencial para o desenvolvimento da indústria.
Após a crise econômica mundial, o café deixou de ser o produto decisivo da economia brasileira. Por décadas, o país ainda continuou a ter uma produção agrícola superior à industrial. Mas em 1956, a situação se inverteu. Nas exportações, a superação se deu no início dos anos 70. Esse processo foi denominado de industrialização por substituição de importações.
O café chegou na época de queda de exportação do açúcar, cacau e algodão, as principais matérias primas até aquele momento, e foi muito exportado para os Estados Unidos e para a Europa, trazendo lucros que foram investidos em mais cafezais, na infraestrutura do negócio (gerando, inclusive, a ideia da ferrovia São Paulo-Santos) e na propaganda do país. Ocorreu a imigração em massa de italianos, principalmente, que foram trabalhar nos cafezais, acabando com a escassez inicial de mão-de-obra.
O Brasil ficou tão dependente da produção cafeeira que, em época de desvalorização, o governo comprava café e queimava-o, a denominada política de valorização do café.
A abolição da escravidão foi um grande problema nesse período de prosperidade, porém somente para certas regiões do país: o Oeste Paulista já havia transitado da mão-de-obra escrava para a imigrante. O norte, nordeste e centro-oeste, no entanto, tiveram dificuldade em aceitar o fato de que teriam que pagar os trabalhadores e melhorar as condições de trabalho.
Eventualmente, o lucro tornou-se tanto, que os agricultores começaram a investi-lo em outros setores--por exemplo, nas indústrias.
A industrialização brasileira ocorreu de forma muito tardia, pois o país estava concentrado em obter mais lucro com o café. Esse lucro foi exatamente o que incentivou a implantação de indústrias no país, pois gerou uma classe média que passaria a consumir os produtos. Imigrantes trouxeram consigo técnicas obtidas nas indústrias europeias e a Primeira Grande Guerra impossibilitou as potências europeias de exportar industrializados, incentivando países como o Brasil a produzir e exportar tais produtos.
Nos governos seguintes, especialmente no de Vargas, houve o incentivo de implantação de indústrias, ocorrendo o surgimento da Petrobrás e da Companhia Nacional Siderúrgica. No governo JK, houve a abertura do mercado para capital estrangeiro, trazendo nomes como a Ford para o Brasil.