Respostas
Aos que veem o modelo Zona Franca com desconfiança, este livro adicionará o argumento ambiental de forma definitiva e contundente aos outros benefícios que trazemos ao País e, por quê não, para o mundo. A estes, Manaus e o Amazonas devem estar permanentemente abertos ao diálogo acerca das melhores formas de adaptação e evolução de nossa economia, desde que reconheçam nossa contribuição ambiental.
O que deveria ser um diálogo, historicamente tem se configurado em monólogo, um discurso vazio de preservação da floresta coibindo as atividades econômicas existentes, sem concepção de alternativas. Imagina-se que as alternativas para esta terra distante poderiam se limitar a catar castanhas e dançar boi-bumbá para gringos – o que os olhos não vem o coração não sente. Enganam-se os que acreditam que a Amazônia poderia assim ser preservada. A riqueza é pré-condição à preservação.
Àqueles que na Amazônia vivem e vislumbram um futuro próspero, tanto para a economia quanto para o meio ambiente, este livro preenche uma lacuna de argumentos. Sempre argumentamos que a Zona Franca é, em seu cerne, uma política econômico-ambiental, o que tentamos provar com anedotas e exemplos. Agora há uma obra, fruto de pesquisa científica da mais alta qualidade, escrita e revisada por personalidades de reputação ilibada e imparcialidade inquestionável, que substancia nossos argumentos, preenchendo-os com dados e conclusões concretas. Quarenta anos de gestação.
O professor Samuel Benchimol, meu avô, já dizia, nos anos 80, que o desenvolvimento sustentável da Amazônia teria que respeitar quatro paradigmas: ser economicamente viável, socialmente justo, ambientalmente adequado e politicamente equilibrado. O modelo Zona Franca de Manaus, como esta obra bem sustenta, responde aos quatro.
Nossa viabilidade econômica está comprovada pelo capital privado que em Manaus decidiu se localizar – em uma economia aberta e globalizada, o capital vota com os pés. Mais de quinhentas indústrias deram seu voto de confiança ao nosso modelo e aqui permanecem, não pela bondade de seus corações ou pela beleza do por do sol no Rio Negro, mas porque aqui conseguiram executar seus planos de negócio e obtiveram a rentabilidade desejada pelos seus investidores. Não nos esqueçamos que grande parte do sucesso do nosso modelo se deve à acolhida que demos a investidores do mundo todo, sem xenofobia ou discriminação.
A pujança econômica de anos recentes também permitiu o estabelecimento de políticas de formação e aperfeiçoamento de mão de obra que tornaram Manaus um dos pólos nacionais de desenvolvimento de tecnologia, baseado tanto nos investimentos estatais quanto nos ordenamentos legais da Lei de Informática que canaliza recursos para investimentos em pesquisa e desenvolvimento na Amazônia. Inicia-se assim, ainda que timidamente, a ocupação da Amazônia, não por agricultores como nos idos de 1970, mas por doutores, como deve ser.
Fica claro nesta obra a diferença social entre o Amazonas e os demais estados da região Norte. Comparemo-nos momentaneamente com nosso vizinho Pará, estado de belezas e riquezas no mínimo comparáveis às nossas. O Amazonas tem renda per capita aproximadamente o dobro do Pará – nossa área total desmatada é de 2% do território, contra mais de 20% em nosso vizinho. Pergunta-se por quê. Engana-se quem pensa que é porque os amazonenses têm melhor coração ou maior amor à floresta que os paraenses. É uma questão de modelo de desenvolvimento e volume de