• Matéria: ENEM
  • Autor: p8atrizandao
  • Perguntado 9 anos atrás

Textos para as questões 3 e 4

Texto I

Agora Fabiano conseguia arranjar as idéias. O que

o segurava era a família. Vivia preso como um novilho

amarrado ao mourão, suportando ferro quente. Se não

fosse isso, um soldado amarelo não lhe pisava o pé não.

(...) Tinha aqueles cambões pendurados ao pescoço.

Deveria continuar a arrastá-los? Sinha Vitória dormia mal

na cama de varas. Os meninos eram uns brutos, como o

pai. Quando crescessem, guardariam as reses de um

patrão invisível, seriam pisados, maltratados, machucados

por um soldado amarelo.

Graciliano Ramos. Vidas Secas. São Paulo: Martins, 23.a ed., 1969, p. 75.

Texto II

Para Graciliano, o roceiro pobre é um outro,

enigmático, impermeável. Não há solução fácil para uma

tentativa de incorporação dessa figura no campo da ficção.

É lidando com o impasse, ao invés de fáceis soluções, que

Graciliano vai criar Vidas Secas, elaborando uma

linguagem, uma estrutura romanesca, uma constituição de

narrador em que narrador e criaturas se tocam, mas não

se identificam. Em grande medida, o debate acontece

porque, para a intelectualidade brasileira naquele

momento, o pobre, a despeito de aparecer idealizado em

certos aspectos, ainda é visto como um ser humano de

segunda categoria, simples demais, incapaz de ter

pensamentos demasiadamente complexos. O que Vidas

Secas faz é, com pretenso não envolvimento da voz que

controla a narrativa, dar conta de uma riqueza humana de

que essas pessoas seriam plenamente capazes.

Luís Bueno. Guimarães, Clarice e antes. In:

Teresa. São Paulo: USP, n.° 2, 2001, p. 254.

Questão 3

A partir do trecho de Vidas Secas (texto I) e das

informações do texto II, relativas às concepções artísticas

do romance social de 1930, avalie as seguintes

afirmativas.

I O pobre, antes tratado de forma exótica e folclórica pelo

regionalismo pitoresco, transforma-se em protagonista

privilegiado do romance social de 30.

II A incorporação do pobre e de outros marginalizados

indica a tendência da ficção brasileira da década de 30

de tentar superar a grande distância entre o intelectual e

as camadas populares.

III Graciliano Ramos e os demais autores da década de 30

conseguiram, com suas obras, modificar a posição

social do sertanejo na realidade nacional.

É correto apenas o que se afirma em

A I. B II. C III. D I e II. E II e III.

Respostas

respondido por: daiellysouza
48
Alternativa D
A prosa da segunda geração  modernista evidenciou as injustiças sociais da década de 1930 e a miséria decorrente da seca nordestina. Desse modo, personagens pobres, antes  retratados como serviçais, são elevados à categoria de protagonistas.  Em Vidas secas, há um retrato do sertanejo depois da grande seca que assolou o Nordeste em 1915 – tema também  abordado por Raquel de Queiroz em  sua obra O quinze.
respondido por: murilo6798
3

Resposta:

resposta D I e II

Explicação:

cd a questão 4 vc esqueceu de colocar

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