Respostas
Os índios mais experientes alertavam Naiá dizendo que quando a Lua levava uma moça, essa jovem deixava a forma humana e virava uma estrela no céu. No entanto a jovem não se importava, já que era apaixonada pela Lua. Essa paixão virou obsessão no momento em que Naiá não queria mais comer nem beber nada, só admirar a Lua.
Numa noite em que o luar estava muito bonito, a moça chegou à beira de um lago, viu a lua refletida no meio das águas e acreditou que o deus havia descido do céu para se banhar ali. Assim, a moça se atirou no lago em direção à imagem da Lua. Quando percebeu que aquilo fora uma ilusão, tentou voltar, porém não conseguiu e morreu afogada.
Comovido pela situação, o deus Lua resolveu transformar a jovem em uma estrela diferente de todas as outras: uma estrela das águas – Vitória-régia. Por esse motivo, as flores perfumadas e brancas dessa planta só abrem no período da noite.
Era uma noite de luar. As estrelas brilhavam no céu como diamantes. E a lua iluminava a terra com seus raios
prateados. Um velho cacique contava às crianças as histórias maravilhosas de sua tribo. Ele era também feiticeiro e
conhecia todos os mistérios da natureza. Um dos curumins que o ouviam, perguntou ao velho de onde vinham as estrelas
que luziam no céu. E o cacique respondeu:
— Eu as conheço todas. Cada estrela é uma índia que se casou com a lua. Não sabiam? A lua é um guerreiro belo
e forte. Nas noites de luar, ele desce à terra para se casar com uma índia. Aquela estrela que estão vendo é Nacaíra, a
índia mais formosa da tribo dos Maués. A outra é Janã, a flor mais graciosa da tribo dos Aruaques. A respeito disso, vou
contar a vocês uma história que aconteceu , há muitos anos, em nossa tribo.
Havia, entre nós, uma índia jovem e bonita, chamada Naiá. Sabendo que a lua era um guerreiro belo e poderoso,
Naiá por ele se apaixonou. Por isso, recusou as propostas de casamento que lhe fizeram os jovens mais fortes e bravos
de nossa tribo.
Todas as noites, Naiá ia para a floresta e ficava admirando a lua com seus raios prateados. Às vezes, ela saía
correndo através da mata, para ver se conseguia alcançar a lua com seus braços. Mas esta continuava sempre afastada e
indiferente, apesar dos esforços da índia para atingi-la.
Uma noite, Naiá chegou à beira de um lago. Viu nele, refletida, a imagem da lua. Ficou radiante! Pensou que era
o guerreiro branco que amava. E, para não perdê-lo, lançou-se nas águas profundas do lago. Coitada! Morreu afogada.
Então a lua, que não quisera fazer de Naiá uma estrela do céu, resolveu torná-la uma estrela das águas.
Transformou o corpo da índia numa flor imensa e bela. Todas as noites, essa flor abre suas pétalas enormes, para que a
lua ilumine sua corola rosada.
Sabem qual flor é essa? É a vitória-régia!