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Há mais de 200 anos a Família Real portuguesa desembarcou no Rio de Janeiro. A transferência da Corte para o Brasil foi motivada pela política expansionista do imperador francês Napoleão Bonaparte, cujas tropas, em 1807, já avançavam pelo interior de Portugal em direção a Lisboa. O país tornara-se um alvo em potencial da ofensiva francesa ao se recusar a aderir o bloqueio econômico imposto por Napoleão à Inglaterra — também conhecido como Bloqueio Continental.
Tendo os ingleses como importantes aliados, Dom João (que se tornara Príncipe Regente de Portugal devido à doença mental de sua mãe, D. Maria I) optou, então, por transferir a capital do reino para o Brasil. Essa resolução permitiu que o poder soberano da dinastia dos Bragança se mantivesse intacto, evitando que ocorresse em Portugal o mesmo que em outros reinos, como a Espanha, onde os governantes foram depostos e feitos reféns de Napoleão.
O primeiro ponto de parada da Família Real no Brasil foi a cidade de Salvador, onde permaneceu por quase um mês e cuja estadia foi marcada pela assinatura da Carta Régia que abriu os portos brasileiros às nações amigas. Estima-se que cerca de 15.000 pessoas desembarcaram na Bahia e, em seguida, no Rio de Janeiro. A esquadra, composta por oito naus, três fragatas, dois briques, uma escuna e uma charrua de mantimentos, além de 21 navios comerciais, trouxe a Família Real, ministros, auxiliares, a Corte e tudo que foi possível organizar nos dois meses que antecederam a partida de Lisboa para o Brasil.
Ao chegar à capital da colônia, os portugueses encontraram uma cidade que possuía 71 ruas, 27 becos, sete travessas, cinco ladeiras e 60 mil habitantes, metade deles escravos. Era um lugar atrasado, de costumes rígidos, comércio limitado e nenhuma vida cultural, totalmente despreparado para receber aquela multidão de nobres europeus.
Dessa forma, o Rio de Janeiro foi a cidade que mais rapidamente sentiu as modificações introduzidas pela Corte Portuguesa, tais quais o aumento do número de habitações, e também do preço dos aluguéis, o aterro dos pântanos, a abertura de ruas e a ampliação das já existentes. Devido a essas medidas, novas áreas foram ocupadas e a cidade se expandiu para o norte, chegando ao Catumbi e a São Cristóvão, e em direção ao sul, atingindo às regiões de Laranjeiras e Botafogo.
Houve também um significativo crescimento demográfico, também impulsionado pelo tráfico negreiro: durante os trezes anos da permanência de D. João no Brasil, cerca de 250 mil escravos desembarcaram no Rio de Janeiro. Além disso, ao tornar-se sede do governo português, a cidade ganhou inúmeros prédios e instituições, destacando-se a Real Academia de Belas Artes (atual Museu Nacional de Belas Artes), a Imprensa Régia, o Banco do Brasil, a Biblioteca Real (hoje, Biblioteca Nacional), a Casa da Moeda, o Jardim Botânico e a Real Academia Militar (onde atualmente funciona o Museu Histórico Nacional).
Com a vinda da Família Real portuguesa, o Brasil adquiriu uma estrutura administrativa e econômica sem precedentes, com a implantação de indústrias, até então proibidas na colônia, e a criação de um aparato estatal próprio. Criaram-se, assim, as condições para que, quatorze anos depois, fosse declarada a independência política brasileira.
Por isso, se costuma dizer que, apesar de ter sido conquistado em 1500, o Brasil só foi inventado como país em 1808.
Tendo os ingleses como importantes aliados, Dom João (que se tornara Príncipe Regente de Portugal devido à doença mental de sua mãe, D. Maria I) optou, então, por transferir a capital do reino para o Brasil. Essa resolução permitiu que o poder soberano da dinastia dos Bragança se mantivesse intacto, evitando que ocorresse em Portugal o mesmo que em outros reinos, como a Espanha, onde os governantes foram depostos e feitos reféns de Napoleão.
O primeiro ponto de parada da Família Real no Brasil foi a cidade de Salvador, onde permaneceu por quase um mês e cuja estadia foi marcada pela assinatura da Carta Régia que abriu os portos brasileiros às nações amigas. Estima-se que cerca de 15.000 pessoas desembarcaram na Bahia e, em seguida, no Rio de Janeiro. A esquadra, composta por oito naus, três fragatas, dois briques, uma escuna e uma charrua de mantimentos, além de 21 navios comerciais, trouxe a Família Real, ministros, auxiliares, a Corte e tudo que foi possível organizar nos dois meses que antecederam a partida de Lisboa para o Brasil.
Ao chegar à capital da colônia, os portugueses encontraram uma cidade que possuía 71 ruas, 27 becos, sete travessas, cinco ladeiras e 60 mil habitantes, metade deles escravos. Era um lugar atrasado, de costumes rígidos, comércio limitado e nenhuma vida cultural, totalmente despreparado para receber aquela multidão de nobres europeus.
Dessa forma, o Rio de Janeiro foi a cidade que mais rapidamente sentiu as modificações introduzidas pela Corte Portuguesa, tais quais o aumento do número de habitações, e também do preço dos aluguéis, o aterro dos pântanos, a abertura de ruas e a ampliação das já existentes. Devido a essas medidas, novas áreas foram ocupadas e a cidade se expandiu para o norte, chegando ao Catumbi e a São Cristóvão, e em direção ao sul, atingindo às regiões de Laranjeiras e Botafogo.
Houve também um significativo crescimento demográfico, também impulsionado pelo tráfico negreiro: durante os trezes anos da permanência de D. João no Brasil, cerca de 250 mil escravos desembarcaram no Rio de Janeiro. Além disso, ao tornar-se sede do governo português, a cidade ganhou inúmeros prédios e instituições, destacando-se a Real Academia de Belas Artes (atual Museu Nacional de Belas Artes), a Imprensa Régia, o Banco do Brasil, a Biblioteca Real (hoje, Biblioteca Nacional), a Casa da Moeda, o Jardim Botânico e a Real Academia Militar (onde atualmente funciona o Museu Histórico Nacional).
Com a vinda da Família Real portuguesa, o Brasil adquiriu uma estrutura administrativa e econômica sem precedentes, com a implantação de indústrias, até então proibidas na colônia, e a criação de um aparato estatal próprio. Criaram-se, assim, as condições para que, quatorze anos depois, fosse declarada a independência política brasileira.
Por isso, se costuma dizer que, apesar de ter sido conquistado em 1500, o Brasil só foi inventado como país em 1808.
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