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Desde sua descoberta, em 1500, até a vinda da Família Real para o Brasil, em 1808, o Brasil não contou com o desenvolvimento da imprensa, nem mesmo com os serviços de tipografia. A primeira tentativa comprovada de instalar uma tipografia foi em 1747 e fracassou. A iniciativa foi de Antônio Isidoro da Fonseca, um dos mais renomados impressores de Portugal. Assim que soube das atividades do impressor, a Santa Inquisição ordenou o fechamento da tipografia.
Com a chegada da Família Real, que fugia das pressões de Napoleão Bonaparte na Europa, grandes transformações começam a acontecer por aqui. Junto com a Família Real, milhares de serviçais, funcionários públicos, ministros, secretários e aliados políticos chegaram ao Rio de Janeiro, agitando o dia a dia da capital. Uma das primeiras medidas adotadas pelo príncipe regente e futuro Rei de Portugal, D. João VI, foi a abertura dos portos brasileiros às “nações amigas” (o que, naquele momento, significava “Inglaterra”), possibilitando a chegada de muitos produtos antes inexistentes, e também grandes avanços para o comércio local.
Quando embarcou no navio a caminho do Brasil, o ministro da Secretaria de Negócios Estrangeiros e da Guerra, Antônio de Araújo (futuro Conde da Barca) transferiu às pressas para o porão da embarcação o tipógrafo que havia comprado e ainda estava embalado. Aqui chegando, instalou a máquina no porão de sua casa e recebeu autorização para utilizá-la por meio de um alvará expedido em 31 de maio de 1808: “Tendo-me constatado que os prelos que se acham nesta capital eram os destinados para a Secretaria de Negócios Estrangeiros e da Guerra, atendendo à necessidade que há de oficina de impressão neste meus Estados, sou servido que a casa onde eles se estabeleceram sirva inteiramente de Imprensa Régia...”.
Tudo que era publicado pela Imprensa Régia era sujeito à censura prévia: uma junta de consultores da corte avaliava todo o conteúdo para garantir que nada que fosse “contra a religião, o governo ou os bons costumes” saísse daquele prelo.
O primeiro jornal
Quando soube da vinda da Família Real para o Brasil, um intelectual e crítico da coroa portuguesa, Hipólito José da Costa Pereira Furtado Mendonça, resolveu fundar um jornal de oposição ao governo. Sua sede ficava em Londres, cidade onde morava Hipólito, e os exemplares de cerca de 100 páginas, com edições mensais, chegavam ao Brasil pelas mãos dos comerciantes ingleses e era vendido com muita discrição, pois sua circulação era proibida. O periódico chamava-se “O Correio Braziliense” e seu primeiro exemplar saiu em junho de 1808.
O primeiro jornal produzido, escrito e editado no Brasil, porém, foi a “Gazeta do Rio de Janeiro”. Era editado pelo Frei Tibúrcio José da Rocha e impresso na tipografia real. Em suas quatro páginas, publicava notícias e documentos oficiais, além de curiiosidades sobre a nobreza européia, as virtudes da Família Real e suas datas natalícias. Era, porém, muito mais popular (e barato) que o veículo de Hipólito da Costa. A primeira edição foi publicada em 10 de setembro de 1808.
Jornalismo combativo
Após experimentarem a liberdade e o desenvolvimento provenientes da condição de capital do Reino português, as elites dos Brasil temiam o que aconteceria com a volta de D. João VI para a Europa e o restabelecimento da Família Real em Lisboa. Voltar à condição de colônia não fazia parte dos planos dos brasileiros. A Revolução do Porto, em 1820, impulsionou os embates políticos e a luta por independência.
Nesse período, um segmento politizado e combativo da imprensa surgiu e ganhou força. Destacam-se o “Revérbero Constitucional Fluminense” (1821), escrito por Golçalves Ledo e Januário da Cunha Barbosa, e o “Correio do Rio de Janeiro” (1822), escrito por João Soares Lisboa, além de diversos pasquins (jornais geralmente opinativos, com informações de fontes duvidosas, muitos dos quais partiam para a ofensa pessoal e tinham como objetivo “botar lenha na fogueira”).
Para obter o apoio das elites, tanto do sul e sudeste – lideradas por José Bonifácio e seus irmãos Martins Francisco e Antônio Carlos (os Andradas), que defendiam a adoção de uma monarquia constitucional – quanto do nordeste – lideradas por Gonçalves Ledo e que já pensavam em república –, o então príncipe D. Pedro prometeu a criação de uma Assembleia Constituinte assim que o Brasil fosse independente. Após reunir seus aliados, D. Pedro declarou a Independência do Brasil em 7 de setembro de 1822 e tornou-se o primeiro Imperador do Brasil.
Com a chegada da Família Real, que fugia das pressões de Napoleão Bonaparte na Europa, grandes transformações começam a acontecer por aqui. Junto com a Família Real, milhares de serviçais, funcionários públicos, ministros, secretários e aliados políticos chegaram ao Rio de Janeiro, agitando o dia a dia da capital. Uma das primeiras medidas adotadas pelo príncipe regente e futuro Rei de Portugal, D. João VI, foi a abertura dos portos brasileiros às “nações amigas” (o que, naquele momento, significava “Inglaterra”), possibilitando a chegada de muitos produtos antes inexistentes, e também grandes avanços para o comércio local.
Quando embarcou no navio a caminho do Brasil, o ministro da Secretaria de Negócios Estrangeiros e da Guerra, Antônio de Araújo (futuro Conde da Barca) transferiu às pressas para o porão da embarcação o tipógrafo que havia comprado e ainda estava embalado. Aqui chegando, instalou a máquina no porão de sua casa e recebeu autorização para utilizá-la por meio de um alvará expedido em 31 de maio de 1808: “Tendo-me constatado que os prelos que se acham nesta capital eram os destinados para a Secretaria de Negócios Estrangeiros e da Guerra, atendendo à necessidade que há de oficina de impressão neste meus Estados, sou servido que a casa onde eles se estabeleceram sirva inteiramente de Imprensa Régia...”.
Tudo que era publicado pela Imprensa Régia era sujeito à censura prévia: uma junta de consultores da corte avaliava todo o conteúdo para garantir que nada que fosse “contra a religião, o governo ou os bons costumes” saísse daquele prelo.
O primeiro jornal
Quando soube da vinda da Família Real para o Brasil, um intelectual e crítico da coroa portuguesa, Hipólito José da Costa Pereira Furtado Mendonça, resolveu fundar um jornal de oposição ao governo. Sua sede ficava em Londres, cidade onde morava Hipólito, e os exemplares de cerca de 100 páginas, com edições mensais, chegavam ao Brasil pelas mãos dos comerciantes ingleses e era vendido com muita discrição, pois sua circulação era proibida. O periódico chamava-se “O Correio Braziliense” e seu primeiro exemplar saiu em junho de 1808.
O primeiro jornal produzido, escrito e editado no Brasil, porém, foi a “Gazeta do Rio de Janeiro”. Era editado pelo Frei Tibúrcio José da Rocha e impresso na tipografia real. Em suas quatro páginas, publicava notícias e documentos oficiais, além de curiiosidades sobre a nobreza européia, as virtudes da Família Real e suas datas natalícias. Era, porém, muito mais popular (e barato) que o veículo de Hipólito da Costa. A primeira edição foi publicada em 10 de setembro de 1808.
Jornalismo combativo
Após experimentarem a liberdade e o desenvolvimento provenientes da condição de capital do Reino português, as elites dos Brasil temiam o que aconteceria com a volta de D. João VI para a Europa e o restabelecimento da Família Real em Lisboa. Voltar à condição de colônia não fazia parte dos planos dos brasileiros. A Revolução do Porto, em 1820, impulsionou os embates políticos e a luta por independência.
Nesse período, um segmento politizado e combativo da imprensa surgiu e ganhou força. Destacam-se o “Revérbero Constitucional Fluminense” (1821), escrito por Golçalves Ledo e Januário da Cunha Barbosa, e o “Correio do Rio de Janeiro” (1822), escrito por João Soares Lisboa, além de diversos pasquins (jornais geralmente opinativos, com informações de fontes duvidosas, muitos dos quais partiam para a ofensa pessoal e tinham como objetivo “botar lenha na fogueira”).
Para obter o apoio das elites, tanto do sul e sudeste – lideradas por José Bonifácio e seus irmãos Martins Francisco e Antônio Carlos (os Andradas), que defendiam a adoção de uma monarquia constitucional – quanto do nordeste – lideradas por Gonçalves Ledo e que já pensavam em república –, o então príncipe D. Pedro prometeu a criação de uma Assembleia Constituinte assim que o Brasil fosse independente. Após reunir seus aliados, D. Pedro declarou a Independência do Brasil em 7 de setembro de 1822 e tornou-se o primeiro Imperador do Brasil.
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