nas culturas Africanas tradicionais as pessoas costumam dizer que quando na África morre um ancião é uma biblioteca
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Quando morre um africano idoso é como se se queimasse uma biblioteca”. É
com estas palavras que o poeta do Mali, Amadou Hampaté-Bâ, resume o valor atribuído
ao velho na sociedade tradicional africana, cuja principal função é transmitir, oralmente, às demais gerações, a cultura e a sabedoria popular vividas no seio de cada comunidade.
Nesse sentido, os idosos configuram-se como guardiões da memória e tudo que
por eles é contado, deveria ser avidamente ouvido e preservado com muito zelo pelos
mais jovens. Assim, o ancião é símbolo de autoridade e ocupa um lugar bem definido
dentro de sua categoria social: repassar a sabedoria dos antepassados e perpetuar a
cultura.
Esse lugar de representatividade, conferido ao idoso, vai sendo aos poucos
abalado pelos projetos de modernização implantados na África, especificamente em
Moçambique, com o processo de pós-independência. Se antes, na aldeia, os familiares
sentavam-se ao redor de uma árvore ou perto de uma fogueira para partilhar as
vivências cotidianas e escutar os ensinamentos do idoso, na cidade acontece o contrário:
os filhos adquirem novos hábitos pautados no consumismo e na modernização. Sentam- se ao redor da tevê para adquirir as informações necessárias e o idoso, nesta situação, não tem “muita valia” no que se refere ao grau de importância da sabedoria que ele
guarda para transmitir aos outros.
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Numa cultura oral como a africana, o griot conserva a memória coletiva. Por isso, é costume dizer-se que (quando na África morre um ancião é uma biblioteca que desaparece)
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