CAMINHO
Tenho sonhos cruéis; n’ alma doente
Sinto um vago receio prematuro.
Vou a medo na aresta do futuro,
Embebido em saudades do presente...
Saudades desta dor que em vão procuro
Do peito afugentar bem rudemente,
Devendo, ao desmaiar sobre o poente,
Cobrir-me o coração dum véu escuro!...
Sem ela o coração é quase nada:
Um sol onde expirasse a madrugada,
Porque é só madrugada quando chora.
Porque a dor, esta falta d’ harmonia,
Toda a luz desgrenhada que alumia
As almas doidamente, o céu d’agora.
O caráter místico e fúnebre da poesia está presente:
a) Na incerteza do “eu poético” pela busca do caminho certo.
b) Na dor profunda sentida ao longo da existência.
c) Na valorização de vocábulos como “alma” e “véu escuro”.
d) Na colocação do coração como oceano das emoções do poeta.
e) No exagero do “eu poético” ao mostrar-se embebido em saudades.
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eu acho que é letra D
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