(ENEM) DEPOIMENTO IComo o senhor interpretava os atos de terrorismo? General Gustavo de Moraes Rego – No mundo inteiro, grupos minoritários que lutaram e lutam por causas, até mesmo nobres, como liberdade e independência, usaram e usam procedimentos terroristas. Em nome de uma causa usam recursos desproporcionais contra pessoas indefesas. E os atos de terror no Brasil aconteceram de ambos os lados. O Riocentro, no meu entender, foi um típico ato de terror.CH – 1o dia | Caderno 1 - Azul - Página 8Aconteceram também, durante o governo Figueiredo, atentados contra a OAB, ABI, Câmara dos Vereadores, bancas de jornais. Quais foram os culpados?General Gustavo de Moraes Rego – Houve uma tentativa de apurar, mas os culpados nunca apareceram. Havia aparente cumplicidade de elementos do SNI, CIE, Cenimar e CISA, além dos órgãos policiais nos estados mais importantes. Era uma situação de cumplicidade e impunidade.Mas o governo sabia de onde vinha isso? General Gustavo de Moraes Rego – Poderia saber, mas não apareceu o culpado. Porque quando é o agente da lei que comete a falta, é muito difícil apurar. Muito difícil. É a impunidade, a conivência, a falsa lealdade...Depoimento do General Gustavo de Moraes Rego. In A volta aos quartéis: a memória militar sobre a abertura. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2001.DEPOIMENTO IINo início do governo Figueiredo houve muitos atentados a bomba em instituições e bancas de jornal. Quem patrocinava esses atentados?General João Luiz Coelho Neto – Nunca conseguimos saber. qualquer Podia uma ter dessas sido falangetas gente do PCB, que existem do PC por do aí, B ou como depor exemplo o MR-8.Não poderia ter sido algum grupo militar descontente com a orientação do presidente Figueiredo?General João Luiz Coelho Neto – Não. Procuramos inclusive averiguar se havia alguém no nosso meio querendo fazer provocações, mas não encontramos nada.E o caso Riocentro? General João Luiz Coelho Neto – Ali não chegou a haver nada de mais grave, a não ser para o próprio sargento. Houve uma investigação no I Exército, mas não chegaram a qualquer conclusão. Não deu em nada e nem podia dar.Depoimento do General João Luiz Coelho Neto. In A volta aos quartéis: a memória militar sobre a abertura. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2001.Os dois depoimentos acima foram dados por generais do Exército que tiveram papel de destaque durante o regime militar, e nos evidencia quea divergência é quanto à condução da abertura política defendida pelo depoente II e criticada com veemência pelo depoente I. ambos têm opiniões semelhantes, o que reforça a ideia de unidade das Forças Armadas, estabelecida desde a instauração do regime em 1964. as posições são diametralmente opostas, o que deixa transparecer que o Exército se encontrava dividido em pelo menos duas facções: os moderados, como demonstra o depoimento I; e os radicais, como aparece no o depoimento II. nos dois depoimentos os generais chamam a atenção para a maneira como o governo do General Figueiredo puniu os responsáveis pelos atentados, mostrando que processo de abertura política era irreversível e apoiado por todo o Exército. o depoenteI responsabiliza setores da “esquerda armada”, como o MR8 e o PCB pelos atentados, enquanto o depoente II conclui que tais atos de violência teriam sido praticados pela “direita militar” articulada na “comunidade de informações” como o SNI.
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CADE A PEWERGUNTA?????? MANDA NA MENSAGEM QUE EU RESPONDO!!!
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