• Matéria: Português
  • Autor: salemkhatib3
  • Perguntado 9 anos atrás

Desfecho do livro pantano de sangue

Respostas

respondido por: karolalmada
27
 Esperavam a chamada para o embarque de volta a São Paulo. Embora sob o 
calor de Mato Grosso, Andrade não suava nem um pouquinho. Em volta da mesa da 
lanchonete, cercado pelos cinco Karas, ouvia o Senador comentar as últimas 
informações da Interpol, recebidas por telex: 
— Tia Matilde era tia de todo mundo e não era tia de ninguém. Dizem que foi 
uma jovem lindíssima. Já estava viúva de um irmão do avô de Crânio quando foi para 
os Estados Unidos casar-se com Don Vitório, um dos mais poderosos capomafiosos do 
mundo! 
— Herança de macarrão! — gozou Magri. — Tia Matilde herdou foi a fortuna 
criminosa do marido e todo o seu poder. A tia-fazendeira do Pantanal! Alegre, 
espalhafatosa e toda envolvida em sua cor preferida. Que disfarce melhor para o Ente? 
Quem haveria de desconfiar dela? 
"Só mesmo estes meus queridos garotos!" — pensou Andrade, orgulhoso 
como um pai. 
— Bem, o importante é que desbaratamos o crime organizado, pelo menos por 
ora — continuou o Senador. — Meus homens invadiram a fazenda Rosa-Pink, por 
terra e pelo ar, e conseguimos prender a turma toda. 
— No fim das contas — avaliou Crânio — acabei não conhecendo a famosa 
fazenda de tia Matilde, Senador. 
— A Fortaleza Cor-de-rosa do Crime! — apelidou Chumbinho. — Melhor 
mesmo não conhecer... 
Crânio olhou para os curativos das mãos, já quase curadas, e sentiu-se na 
obrigação de pedir desculpas ao 
Senador. 
— E eu, que julguei aquele seu discurso, no avião amarelo, como mais uma 
forma de encobrir o disfarce do tal Ente... Me enganei redondamente, Senador. Estou 
envergonhado... 
— Não há razão para isso, garotão. Afinal, vocês resolveram todo o caso, 
apesar de as acusações terem começado pelo lado errado. Acho que a minha cara não 
inspira muita confiança. Todos vocês desconfiaram de mim... 
— Miguel não desconfiou! — Magri olhava com carinho para o líder dos 
Karas. 
— De todo esse mistério — Miguel mudou de assunto meio sem jeito — vai 
restar sempre uma dúvida. Como desapareceu a caixa de slides do professor Elias lá na 
sua fazenda, Senador? — perguntou Miguel. 
— Se os slides foram roubados por algum agente da Máfia infiltrado na 
fazenda - supôs Magri - certamente oram entregues à tia Matilde, A esta hora devem 
estar no fundo do Pacifico, junto com o ouro. 
— Mas que velha danada! — riu Chumbinho. — Quem poderia desconfiar 
dela? Quando Crânio foi capturado ela fez questão de liderar as buscas, para afastar 
todo mundo do acampamento do Centurião. 
— E, no avião rosa-choque, ela representou melhor do que eu! — lembrou 
Calu. - Quando Pepino veio propor o falso ataque ao acampamento do Centurião, a 
velha representou como uma profissional. Nem eu desconfiei! 
— A conta é minha! — exigiu o Senador, com aquela voz impressionante, 
arrancando a conta da lanchonete das mãos do detetive. - Mas vocês têm de me 
explicar por que temos de esconder da imprensa, de todo mundo a atuação brilhante de 
vocês nesse caso! 
— Para todos os efeitos, Senador, eu estou de férias — explicou Andrade — E 
os garotos não gostam de publicidade. Queremos que essa vitória seja toda sua! 
— Eu não preciso de glória, detetive Andrade. Eu preciso do Pantanal. Eu 
preciso deste paraíso, vivo, cheio de jacarés, e com os índios caçando livremente por 
entre as arvores. A glória não vai me devolver os ninhais destruídos não vai salvar a 
cultura indígena, não vai combater as piranhas e repor os jacarés assassinados. 
respondido por: bebeinhojaponix
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Resposta: Esperavam a chamada para o embarque de volta a São Paulo. Embora sob o  

calor de Mato Grosso, Andrade não suava nem um pouquinho. Em volta da mesa da  

lanchonete, cercado pelos cinco Karas, ouvia o Senador comentar as últimas  

informações da Interpol, recebidas por telex:  

— Tia Matilde era tia de todo mundo e não era tia de ninguém. Dizem que foi  

uma jovem lindíssima. Já estava viúva de um irmão do avô de Crânio quando foi para  

os Estados Unidos casar-se com Don Vitório, um dos mais poderosos capomafiosos do  

mundo!  

— Herança de macarrão! — gozou Magri. — Tia Matilde herdou foi a fortuna  

criminosa do marido e todo o seu poder. A tia-fazendeira do Pantanal! Alegre,  

espalhafatosa e toda envolvida em sua cor preferida. Que disfarce melhor para o Ente?  

Quem haveria de desconfiar dela?  

"Só mesmo estes meus queridos garotos!" — pensou Andrade, orgulhoso  

como um pai.  

— Bem, o importante é que desbaratamos o crime organizado, pelo menos por  

ora — continuou o Senador. — Meus homens invadiram a fazenda Rosa-Pink, por  

terra e pelo ar, e conseguimos prender a turma toda.  

— No fim das contas — avaliou Crânio — acabei não conhecendo a famosa  

fazenda de tia Matilde, Senador.  

— A Fortaleza Cor-de-rosa do Crime! — apelidou Chumbinho. — Melhor  

mesmo não conhecer...  

Crânio olhou para os curativos das mãos, já quase curadas, e sentiu-se na  

obrigação de pedir desculpas ao  

Senador.  

— E eu, que julguei aquele seu discurso, no avião amarelo, como mais uma  

forma de encobrir o disfarce do tal Ente... Me enganei redondamente, Senador. Estou  

envergonhado...  

— Não há razão para isso, garotão. Afinal, vocês resolveram todo o caso,  

apesar de as acusações terem começado pelo lado errado. Acho que a minha cara não  

inspira muita confiança. Todos vocês desconfiaram de mim...  

— Miguel não desconfiou! — Magri olhava com carinho para o líder dos  

Karas.  

— De todo esse mistério — Miguel mudou de assunto meio sem jeito — vai  

restar sempre uma dúvida. Como desapareceu a caixa de slides do professor Elias lá na  

sua fazenda, Senador? — perguntou Miguel.  

— Se os slides foram roubados por algum agente da Máfia infiltrado na  

fazenda - supôs Magri - certamente oram entregues à tia Matilde, A esta hora devem  

estar no fundo do Pacifico, junto com o ouro.  

— Mas que velha danada! — riu Chumbinho. — Quem poderia desconfiar  

dela? Quando Crânio foi capturado ela fez questão de liderar as buscas, para afastar  

todo mundo do acampamento do Centurião.  

— E, no avião rosa-choque, ela representou melhor do que eu! — lembrou  

Calu. - Quando Pepino veio propor o falso ataque ao acampamento do Centurião, a  

velha representou como uma profissional. Nem eu desconfiei!  

— A conta é minha! — exigiu o Senador, com aquela voz impressionante,  

arrancando a conta da lanchonete das mãos do detetive. - Mas vocês têm de me  

explicar por que temos de esconder da imprensa, de todo mundo a atuação brilhante de  

vocês nesse caso!  

— Para todos os efeitos, Senador, eu estou de férias — explicou Andrade — E  

os garotos não gostam de publicidade. Queremos que essa vitória seja toda sua!  

— Eu não preciso de glória, detetive Andrade. Eu preciso do Pantanal. Eu  

preciso deste paraíso, vivo, cheio de jacarés, e com os índios caçando livremente por  

entre as arvores. A glória não vai me devolver os ninhais destruídos não vai salvar a  

cultura indígena, não vai combater as piranhas e repor os jacarés assassinados

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