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Efeitos no corpo humano
Com o avanço das tecnologias de telecomunicações, a interacção entre povos, tecnologia e máquinas tornou-se muito activa e eficaz, tendo como resultado final uma única comunidade global. Estes avanços da tecnologia apresentam também inúmeros aspectos negativos, como o caso das interacções entre as ondas electromagnéticas e o corpo humano, que não sendo sempre negativas também apresentam inúmeros aspectos e aplicações favoráveis a saúde humana.
Os processos electrofisiológicos normais existentes no nosso organismo podem ser influenciados pelos campos electromagnéticos externos, sejam estes naturais (emitidos pelo Sol) ou artificiais (isto é, produzidos pelo Homem).
A gama de frequências em que os telemóveis funcionam está inserida nas radiações não ionizantes, isto é, não têm a capacidade de produzir iões, directa ou indirectamente (de que resultam lesões da estrutura do material biológico), ao contrário das gamas de frequências ionizantes, como é o caso dos raios X, que provocam a ruptura das ligações químicas das moléculas.
Contudo, a radiação electromagnética não ionizante, embora não tenha
energia suficiente para provocar uma ionização, é susceptível de induzir outros
efeitos biológicos.
O primeiro destes efeitos a ser identificado foi a produção de calor – os
chamados efeitos térmicos. Estudos mais recentes revelaram outras interacções biológicas – os efeitos não térmicos.
2.1.1- Efeitos Térmicos
Os efeitos térmicos traduzem-se num aumento da temperatura dos tecidos biológicos, produzida pela energia das radiofrequências, a qual é absorvida pela água contida nos tecidos do nosso organismo.
O aumento da produção de energia no organismo depende, fundamentalmente, de dois factores:
1. Intensidade da radiação que penetrou no seu interior;
2. Capacidade do organismo em regular a temperatura, uma vez que este funciona como um termóstato.
Quando a temperatura do corpo começa a subir, o aumento continuará até ser equilibrado pela sua própria capacidade em remover essa temperatura em excesso. Tal é conseguido através da passagem da corrente sanguínea pelas várias partes do corpo, arrefecendo-as até ser atingida a temperatura habitual.
Mas este mecanismo de compensação do organismo tem limites. A partir de uma determinada intensidade de radiação, o aumento de temperatura pode ser tão elevado que a corrente sanguínea não o consegue compensar. Em situações em que o acréscimo da temperatura dos tecidos for superior a cerca de 1ºC poderão surgir efeitos biológicos adversos.
Uma das zonas do corpo humano termicamente mais vulnerável são os olhos, pelo facto de terem uma irrigação sanguínea reduzida e possuírem, assim, menos capacidade para remoção dos aumentos de temperatura, podendo conduzir à formação de cataratas em situações de exposição aguda muito intensa.
Para além dos efeitos térmicos resultantes da exposição à radiação electromagnética de radiofrequência, há ainda a possibilidade de ocorrência de efeitos biológicos não-térmicos. O conhecimento científico sobre este tipo de efeitos é ainda muito pouco, não existindo sequer uma definição clara sobre o termo “efeito não-térmico” ou estudos em condições de serem replicados.
Algumas das dificuldades residem na quantificação de efeitos que são de avaliação subjectiva, e também no facto do intervalo de tempo de observação ser insuficiente para estabelecer relações de causalidade.
2.1.2- Efeitos não térmicos
Existe a possibilidade de ocorrerem efeitos não térmicos no nosso organismo, resultantes da utilização de radiações de reduzida intensidade (inferior à que conduz ao aparecimento de efeitos térmicos) nos sistemas de comunicações móveis.
O organismo humano é sustentado por processos electroquímicos de extrema sensibilidade e de diversos tipos, sendo cada um deles caracterizado pela sua frequência específica. Algumas das frequências características do organismo humano encontram-se próximas das frequências utilizadas nos sistemas de
comunicações móveis. Em consequência, muitas das actividades eléctricas e biológicas do organismo podem sofrer interferência, derivada das radiações utilizadas nas telecomunicações.
No entanto, os efeitos não térmicos dependem sempre das características do indivíduo exposto, pelo que dois indivíduos expostos à mesma radiação podem ser afectados de forma diferente. É o caso das crianças, tendencialmente mais vulneráveis aos efeitos adversos na saúde do que os adultos.