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Logo nas primeiras linhas, o que se percebe é a presença de um autor – o escritor Rodrigo S. M. – às voltas com certos impasses de sua carreira, tentando dar início à narrativa da história da nordestina Macabéa em sua vida cotidiana no Rio de Janeiro.
Rodrigo S. M. declara: “Pensar é um ato. Sentir é um fato” – e essas frases podem ser entendidas como uma apresentação da obra. De fato, as reflexões e os sentimentos registrados pelo escritor constituem parte da narrativa. Portanto, se o leitor espera algo acontecer para começar a fazer a sua síntese do romance, é bom se apressar, porque a história já começou.
Macabéa é introduzida aos poucos na narrativa, sobressaindo-se das reflexões de Rodrigo S. M. Ele se depara com ela em uma rua do Rio de Janeiro, quando, por intermédio de uma simples troca de olhares, a história da moça lhe é revelada. Alagoana, Macabéa perde os pais ainda muito criança e é criada por uma tia, que, no intuito de educá-la, dá-lhe constantes pancadas da cabeça com os nós dos dedos. Frequenta escola apenas até o terceiro ano primário e escreve muito mal. Mesmo assim, consegue levar adiante um curso de datilografia.
A tia muda-se para o Rio de Janeiro e Macabéa a acompanha. Arranja emprego como datilógrafa. Depois da morte da mãe de criação, passa a dividir um quarto de pensão com quatro moças que trabalham como balconistas. Pouco convive com elas, que chegam muito cansadas à noite e dormem logo, enquanto Macabéa fica ouvindo a Rádio Relógio ao longo das madrugadas.
Certo dia, resolve faltar ao trabalho e sair para um passeio. Encontra-se então com Olímpico de Jesus, metalúrgico nordestino. Ele a chama de “senhorinha” e a convida para um passeio. Para ela, é o começo de um namoro. Em suas conversas, ela exibe, sempre de forma precária, o conhecimento adquirido com as audições da Rádio Relógio, enquanto ele afirma sua disposição de crescer e ser alguém na vida.
Em uma visita a Macabéa no local de trabalho, Olímpico conhece Glória, colega da namorada. Interessa-se por ela e abandona Macabéa. Sem ter exata noção do quanto isso a faz sofrer, Macabéa recolhe-se ao banheiro do escritório e passa com força o batom vermelho nos lábios, para se sentir uma estrela de cinema.
Constrangida por lhe roubar o namorado, Glória dá dinheiro a Macabéa e aconselha que ela procure uma cartomante. Macabéa acata a ideia e vai até Madama Carlota, que lhe prevê um futuro brilhante e o encontro próximo de um grande amor. Ao sair da cartomante, Macabéa morre atropelada. Os transeuntes se reúnem em torno dela, que se torna, pela primeira e última vez na vida, o centro das atenções. Como uma estrela de cinema.
Espero ter ajudado...
Acho q ficou grande...
Então desculpe!