• Matéria: Filosofia
  • Autor: Dreyanrkm
  • Perguntado 9 anos atrás

Dissertação sobre o filme" noite de crime"

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respondido por: cassiaarquiteta
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Em 2013, Uma Noite de Crime (The Purge) chamou a atenção do público por sua premissa ousada que era a seguinte: Nos EUA, em um futuro próximo, o governo decide liberar uma vez por ano 12 horas contínuas de crimes sem a interferência da polícia, bombeiros etc afim de aliviar a tensão do povo americano. Tudo isso em acordo com a população que em troca ficaria boazinha durante 364 dias do ano esperando esse dia de expurgo anual pra liberar a raiva geral sem sofrer as consequências perante a lei. Apesar dessa premissa instigante, o filme decepcionou. Mesmo assim, a Platinun Dunes (Michael Bay) decidiu por uma sequência e aqui está com o subtítulo deAnarquia. Vamos lá e que “Deus abençoe os Pais Fundadores e a América: uma nação renascida“. 

Uma Noite de Crime: Anarquia é novamente escrito e dirigido por James DeMonaco, só que agora decide sabiamente abordar a tal noite de expurgo, e seu reflexo na sociedade, de uma forma mais abrangente estendendo o cenário às ruas. O ano é 2023 e falta pouco mais de duas horas para o toque de recolher. Quando a sirene toca indicando que o expurgo está valendo, o filme começa a mostrar pra que veio. Ou pelo menos ameaça.

Ao contrário do primeiro onde somos obrigados a ficar trancados junto com uma família chata em sua casa, aqui a gente tem noção do que acontece pelas ruas durante tal período. Pandemônio total! Dessa vez acompanhamos um grupo de desconhecidos, e desarmados, que em meio ao caos encontram sua salvação em um misterioso homem fortemente armado, porém bem intencionado, que ronda as ruas em seu Dodge Charger blindado bancando o justiceiro. Infelizmente os personagens (e atores) não tem carisma algum e nem valem a pena o aprofundamento a respeito.

Claro que só quem perde com essa lei são os pobres, já que não podem pagar pelos inúmeros serviços oferecidos para proteção. Já a indústria de armamentos pira! Tem gente se oferendo “no precinho” como guarda-costas a cada esquina da cidade. A violência é retratada de forma crua e em certos momentos impressiona traduzindo bem o quão absurdo essa tal medida governamental é.

Tem mascarado por todo lado, gente comum bancando franco atirador da janela do seu apartamento, fuzilamentos e linchamentos nos becos e até novas abordagens como o escroto comércio de vítimas pobres para o divertimento de famílias doentias. Tem momentos que lembram muito o controverso jogo GTA (Grand Theft Auto) e é justamente este clima de desordem que diverte nesta sequência. Mas há situações que insultam a inteligência do espectador como quando o grupo se esconde de uma gangue que está tocando o terror a poucos metros dali e de repente, assim do nada, um rato enorme que está passeando de boa na calçada resolve subir pelas pernas da moça que grita chamando a atenção dos mascarados.

Infelizmente no terceiro ato, Uma Noite de Crime: Anarquia muda completamente de estilo se assumindo apenas como um “filme de tiro” como outro qualquer. Todo o discurso crítico é deixado de lado e passamos a acompanhar o aspirante a Frank Castle e sua trupe se metendo em altas confusões tentando sobreviver na base da bala. É nítido que essa sequência consegue se mostrar mais interessante que o longa anterior em todos os sentidos, mas acaba literalmente atirando pra todos os lados perdendo assim o foco discursivo proposto pela ideia central.

No fim das contas, tudo caminha para um final forçadamente esperançoso que não se encaixa com o contexto antes apresentado, se equiparando assim de forma negativa ao seu antecessor. Mais uma vez a ótima premissa é mal aproveitada. Aí fica aquela dúvida: Será que James DeMonaco é só mais um cagão mesmo ou simplesmente é vítima da bundice da indústria cinematográfica americana?

O resto confira no terceiro

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