Segundo Borger (2001), a filantropia empresarial surgiu como um novo campo de
atuação que vem conquistando uma crescente visibilidade no Brasil, vindo
compartilhar e disputar espaços com outras formas de ações privadas em benefício
público. No entanto, a expressão “filantropia empresarial” está associada a
referências históricas, como caridade, paternalismo e assistencialismo, que têm uma
conotação negativa, porque não trouxeram transformações sociais e econômicas
efetivas para o desenvolvimento das comunidades. Hoje, quando se pensa em
filantropia empresarial, nota-se um consenso sobre a exigência de que esse
investimento ocorra como uma política da empresa e não somente como um
compromisso pessoal do empresário. Assim, buscaram termos alternativos para designar as ações próprias a esse campo, como investimento social, ação social
empresarial e participação social ou comunitária da empresa ou desenvolvimento
social.
(Fonte: BORGER, F. G. Responsabilidade Social: Efeitos da Atuação Social na Dinâmica Empresarial.
Tese de doutorado. Departamento de Administração, São Paulo, USP, 2001.).
a) Após a leitura e reflexão sobre as considerações apresentadas no texto intitulado
“Responsabilidade social empresarial e sustentabilidade para a gestão empresarial”,
de Fernanda Gabriela Borger, escreva um texto expondo sua visão pessoal e crítica
sobre a diferença entre filantropia empresarial e responsabilidade social, como
prática, política e processos de gestão.
b) Existe uma integração entre o conceito de desenvolvimento sustentável e o de
responsabilidade social. Apresente em um texto a importância desta integração
para o crescimento econômico em longo prazo, levando em conta o progresso social
e, também, o cuidado ambiental.
Respostas
Letra a)
Diferença entre filantropia empresarial e responsabilidade social
Os donativos a organizações humanitárias, pessoas, comunidades, ou o trabalho para ajudar os demais, direta ou através de organizações não governamentais sem fins lucrativos, assim como o trabalho voluntário para apoiar instituições que têm o propósito específico de ajudar os seres vivos e melhorar as suas vidas, são considerados actos filantrópicos.
Instituições de ensino filantrópicas são mantidas por entidades sem fins lucrativos, que desempenha atividades, paralelas ou em conjunto com o Estado, sem ser remuneradas, diferente das instituídas com fins lucrativos que são mantidas por uma ou mais pessoas físicas e/ou jurídicas de direito privado, que constituem-se em entidades de caráter comercial, sendo esta apenas sua missão maior, não sendo obrigadas a fazer atividades de cunho beneficente, embora, se quiserem, possam lhes desempenhar.
Responsabilidade social é quando as empresas decidem, voluntariamente, contribuir para uma sociedade mais justa e para um ambiente mais limpo.
Letra B)
Para André Gorz, a postura da sociedade é quase tão importante quanto à dos setores econômicos. A população deve assumir uma conduta ética de consumo, de forma a estimular a sustentabilidade e deixar para traz o pensamento de “quanto mais, melhor”, adotando a lógica do “isso me basta”.
Dessa forma, o consumidor sustentável deve ser mais fiel à sustentabilidade do que ao consumo. Interessado em saber o comportamento do consumidor atual, o Instituto Akatu realizou uma oficina durante a Conferência Internacional Ethos 2009, em São Paulo, para discutir o assunto.
Eles constataram que a população já está mudando o seu modo de pensar sobre a relação empresarial com o meio ambiente e sobre a sua própria responsabilidade quanto ao consumo.
Empresas inteligentes podem tiram vantagens sobre isso. Investir na sustentabilidade pode ser visto como inovação e aumentar a competitividade no mercado. Unir a estratégia econômica com a de responsabilidade social pode estimular os consumidores a também investirem em produtos sustentáveis.
Todavia, para que a economia sustentável funcione e os investimentos das empresas não se tornem inviáveis à população, o governo também precisará fazer a sua parte. Não basta estimular a compra de produtos ecologicamente corretos, é preciso ajudar a população e as indústrias a dar esse passo. A redução de impostos, por exemplo, poderia baixar o preço dos produtos e torná-los acessíveis a todas as camadas sociais.
Bibliografia
Livros BACHELET, Michael. A ingerência ecológica. Direito ambiental em questão. Tradução de Fernanda Oliveira. Lisboa: Instituto Piaget, 1995.
BRAUN, Ricardo. Desenvolvimento ao ponto sustentável. Novos paradigmas ambientais. Petrópolis: Vozes, 2001.
BARBIERI, José Carlos. Desenvolvimento e Meio Ambiente. As estratégias de mudanças
da Agenda 21. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003.