Respostas
Estamos todos, a esta altura da História, razoavelmente habituados à Teoria da Evolução no que se refere aos seres vivos. No entanto, habitualmente não pensamos que as palavras que usamos todos os dias se comportam como seres vivos.
Mas a verdade é que elas obedecem a ciclos evolucionários: nascem, se desenvolvem, têm um apogeu e muitas vezes morrem, caindo em desuso ou desaparecendo – às vezes juntamente com o idioma inteiro.
Ao longo da sua vida, muitas vezes o seu sentido se altera profundamente. O mesmo pode acontecer com a sua forma. Alguém poderia desconfiar que o Inglês quick – “rápido”, hoje em dia – tem uma origem comum com o Latim vivus, que originou a nossa palavra "vivo"?
Os estudos atualmente apontam para a origem comum do ser humano. Era de esperar, portanto, que um estudo regressivo dos idiomas comprovasse que as diversas línguas hoje faladas apresentam pontos em comum.
Dada a falta de registros históricos, seja por terem sido destruídos, seja por ainda não existir uma escrita na época, estamos impossibilitados de realizar descobertas que se comparem ao que a Arqueologia moderna vem obtendo recentemente.
Mas podemos, isso sim, descobrir muitos dos passos dados pelas palavras que usamos com tanta facilidade no nosso dia a dia, alguns com uns poucos milhares de anos de idade.
O estudo da origem das palavras, a Etimologia (do Grego ethymon, “verdade”) é uma atividade fascinante. Fascínio que não deixa de acarretar alguns perigos, no entanto.
Lidar com Etimologia tem um sério potencial aditivo. Uma vez instalado o vício, não há tratamento possível: a vítima se torna ansiosa por saber mais e mais da origem das palavras, tornando-se uma devoradora de dicionários e livros sobre o assunto.
Só sossega quando está a pesquisar alguma coisa abstrusa; fica feliz como rato no queijo quando descobre uma informação especialmente interessante.
Existe até um teste para ver se a pessoa tem tendência a se viciar em Etimologia. Basta dar a ela um dicionário etimológico, pedir que ela procure uma palavra qualquer e observar.
Se ela não consegue chegar logo na palavra proposta porque pára no meio do caminho para ler a origem desta e daquela outra palavra, ela tem um risco sério de se viciar. Se, pelo contrário, ela vai direto à palavra, informa qual a origem e fecha o livro, está livre do perigo de malversar o seu tempo aprimorando a cultura.
Desde já informamos que, mesmo nas secções de aspecto mais humorístico, todas as informações que damos sobre a origem de uma palavra são cuidadosamente pesquisadas e revisadas antes de irem para a edição.
A humildade nos obriga a lembrar sempre que, como em tantos ramos do conhecimento, nossas fontes podem falhar em alguns pontos, eventualidade pela qual desde já pedimos desculpas.
Espero que tenho ajudado não achei outra coisa! :-