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A relação entre o clima e a biodiversidade é aparentemente óbvia. Se nós, humanos, sentimos na pele os efeitos de uma onda de calor ou os impactos de uma seca prolongada ou de uma enchente, imagine plantas e animais que não possuem a mesma capacidade de adaptação e transformação de seus ambientes.
Para compreender e sistematizar as formas como a biodiversidade vem sendo afetada, a pesquisadora Camille Parmesan, da Universidade do Texas revisou 866 trabalhos de pesquisa indexados e revisados por pares (peer reviewed). Os estudos focam principalmente nas mudanças de distribuição das espécies e nas mudanças na fenologia.
Os estudos consultados pela autora concluem que a mudança no clima já impacta a biota do planeta, com impacto na fenologia ou na distribuição da maioria das espécies.
A maioria dos impactos observados da mudança do clima sobre a biodiversidade tem se dado sobre a fenologia das espécies. Isso, em parte se deve à observação que se faz das espécies importantes para a agricultura. Mas também é resultado da importância que essas observações têm em termos sociológicos nos países de altas latitudes, principalmente as relacionadas com o início da primavera.
As alterações fenológicas observadas incluem o alongamento da estação de crescimento dos vegetais e a antecipação dos eventos relacionados com a primavera (primeiras folhas verdes, floração, chegada de animais migratórios, antecipação da postura de ovos por certas espécies e a redução do tempo de chocagem dos ovos, etc.).
Para muitas espécies, os impactos principais da mudança do clima não estão relacionados com os fatores abióticos (temperatura, pluviosidade) mas sim com disponibilidade de alimentos, competição ou presença de pragas e doenças determinadas por esses fatores. Particularmente importante pode ser a sincronia entre as espécies e suas fontes de alimentos, que com a mudança do clima pode ser prejudicada.
Um resultado disso é a mudança na área de ocorrência ou na abundância local das espécies, que não é determinada somente pelo nicho climático, mas reflete relações mais complexas. Estudos têm documentado, no caso de espécies tropicais, mudanças na área de ocorrência em direção a latitudes e altitudes mais elevadas à medida em que a temperatura média do planeta aumenta.
Em alguns casos, essas alterações mantém a área total de ocorrência das espécies. Em outros, elas a reduzem.
Nos ambientes marinhos, o clima tem tido grande impacto. Um impacto bastante notável tem sido o aumento do “branqueamento” (bleaching) dos recifes de coral devido à perda da alga simbionte. Por outro lado, tem sido documentado um movimento na área de ocorrência dos corais em direção a maiores latitudes. O mesmo tem sido observado com algumas espécies de peixes, que passaram a ocupar águas que antes eram mais frias. Por outro lado, a distribuição e época de crescimento do plâncton marinho têm mudado, causando problemas de sincronia com a fauna que dele se alimenta.
Outro ponto que influencia a biodiversidade é a ocorrência de doenças e pragas, que podem ser favorecidas ou reduzidas pela mudança do clima. Em geral, pragas e doenças de regiões quentes estão alcançando áreas de maior latitude ou altitude. A literatura revisada pelo artigo mostrou problemas de extinção de anfíbios e corais. Outros impactos incluem a extinção de algumas populações levando à restrição da área de ocorrência.
A autora discute a possível adaptação evolutiva das espécies. O clima não somente impacta as espécies como um todo, mas também impacta diferentemente indivíduos com diferentes genomas, favorecendo uns e prejudicando outros. Os trabalhos focando no registro fóssil não mostram, porém, processos evolutivos originando das alterações no clima em épocas passadas. Pelo contrário, mostram alterações nas áreas de ocorrência das espécies.
Assim, evolução só pode apoiar adaptação das espécies no caso de as características adaptativas já estarem presentes nas populações. Um outro aspecto é a plasticidade das espécies, que podem alterar suas características externas (tamanho total, tamanho de certas partes do corpo, dimorfismo sexual, etc.) em reação às mudanças do clima.
Para compreender e sistematizar as formas como a biodiversidade vem sendo afetada, a pesquisadora Camille Parmesan, da Universidade do Texas revisou 866 trabalhos de pesquisa indexados e revisados por pares (peer reviewed). Os estudos focam principalmente nas mudanças de distribuição das espécies e nas mudanças na fenologia.
Os estudos consultados pela autora concluem que a mudança no clima já impacta a biota do planeta, com impacto na fenologia ou na distribuição da maioria das espécies.
A maioria dos impactos observados da mudança do clima sobre a biodiversidade tem se dado sobre a fenologia das espécies. Isso, em parte se deve à observação que se faz das espécies importantes para a agricultura. Mas também é resultado da importância que essas observações têm em termos sociológicos nos países de altas latitudes, principalmente as relacionadas com o início da primavera.
As alterações fenológicas observadas incluem o alongamento da estação de crescimento dos vegetais e a antecipação dos eventos relacionados com a primavera (primeiras folhas verdes, floração, chegada de animais migratórios, antecipação da postura de ovos por certas espécies e a redução do tempo de chocagem dos ovos, etc.).
Para muitas espécies, os impactos principais da mudança do clima não estão relacionados com os fatores abióticos (temperatura, pluviosidade) mas sim com disponibilidade de alimentos, competição ou presença de pragas e doenças determinadas por esses fatores. Particularmente importante pode ser a sincronia entre as espécies e suas fontes de alimentos, que com a mudança do clima pode ser prejudicada.
Um resultado disso é a mudança na área de ocorrência ou na abundância local das espécies, que não é determinada somente pelo nicho climático, mas reflete relações mais complexas. Estudos têm documentado, no caso de espécies tropicais, mudanças na área de ocorrência em direção a latitudes e altitudes mais elevadas à medida em que a temperatura média do planeta aumenta.
Em alguns casos, essas alterações mantém a área total de ocorrência das espécies. Em outros, elas a reduzem.
Nos ambientes marinhos, o clima tem tido grande impacto. Um impacto bastante notável tem sido o aumento do “branqueamento” (bleaching) dos recifes de coral devido à perda da alga simbionte. Por outro lado, tem sido documentado um movimento na área de ocorrência dos corais em direção a maiores latitudes. O mesmo tem sido observado com algumas espécies de peixes, que passaram a ocupar águas que antes eram mais frias. Por outro lado, a distribuição e época de crescimento do plâncton marinho têm mudado, causando problemas de sincronia com a fauna que dele se alimenta.
Outro ponto que influencia a biodiversidade é a ocorrência de doenças e pragas, que podem ser favorecidas ou reduzidas pela mudança do clima. Em geral, pragas e doenças de regiões quentes estão alcançando áreas de maior latitude ou altitude. A literatura revisada pelo artigo mostrou problemas de extinção de anfíbios e corais. Outros impactos incluem a extinção de algumas populações levando à restrição da área de ocorrência.
A autora discute a possível adaptação evolutiva das espécies. O clima não somente impacta as espécies como um todo, mas também impacta diferentemente indivíduos com diferentes genomas, favorecendo uns e prejudicando outros. Os trabalhos focando no registro fóssil não mostram, porém, processos evolutivos originando das alterações no clima em épocas passadas. Pelo contrário, mostram alterações nas áreas de ocorrência das espécies.
Assim, evolução só pode apoiar adaptação das espécies no caso de as características adaptativas já estarem presentes nas populações. Um outro aspecto é a plasticidade das espécies, que podem alterar suas características externas (tamanho total, tamanho de certas partes do corpo, dimorfismo sexual, etc.) em reação às mudanças do clima.
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